Justiça proíbe exibição no Brasil de filme que ofende Maomé
O YouTube tem dez dias para tirar do ar o trailer de 'Inocência dos Muçulmanos', que causou protestos em países islâmicos
Filme ofensivo a Maomé causou protestos no
mundo islâmico
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'Os muçulmanos vão entender que não queremos ofendê-los'
A decisão foi tomada nesta tarde pelo juiz Gilson Delgado Miranda, da 25ª
Vara Cível, segundo informações da assessoria de imprensa do TJ, e acata um
pedido da União Nacional Islâmica contra a Google Brasil, responsável pelo
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O YouTube tem dez dias para tirar do ar o trailer no Brasil. A cada dia de descumprimento da medida, uma multa de RS 10 mil será cobrada da empresa, segundo o despacho do magistrado. Cabe recurso.
A reportagem entrou em contato com a Google Brasil para que a empresa comentasse o caso. Até o início desta noite, porém, os representantes do site não retornaram o pedido do Estado.
"O caso realmente envolve uma questão complexa e de
difícil solução. Em verdade, traz um conflito claro em relação à liberdade de
expressão e à necessidade proteção de indivíduos ou grupos humanos contra
manifestações que possam induzir ou incitar a discriminação de preconceito de
religião. Realmente, o nosso sistema constitucional consagra a liberdade de
expressão por considerá-la um dos fundamentos essenciais de uma sociedade
democrática (...). Cancelar o que é ilícito, no entanto, não ofende o valor
relevante da liberdade de pensamento e de comunicação", declarou o juiz em sua
decisão, argumentando que a medida não representa censura. Leia
o documento na íntegra.
O advogado da União Nacional Islâmica, Adib Adbouni comemorou a decisão e
disse que o filme viola a Constituição, pois, em sua interpretação, viola o
direito de liberdade de religião. Para o advogado, o vídeo "ofende a
coletividade islâmica".Para o presidente da Associação Beneficente Islâmica do Brasil, Bilal Jumaa, que organizou uma passeata contra o filme, a decisão da Justiça foi acertada. "Foi bom para impedir que digam essas coisas ruins", disse o religioso. "Isso é um ataque que mexe com todas as religiões e vai proteger a liberdade de religião."
Ainda de acordo com Jumaa, o fato de a comunidade islâmica brasileira ter se mobilizado pode ter contribuído para a proibição do filme. "Pode ser, sim. A gente se mobilizou e mostrou que esse filme não é legítimo.
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