Obama volta a prometer justiça por morte de embaixador
Diplomata morreu durante onda de revoltas no mundo islâmico contra um vídeo
O presidente Barack Obama discursa na 67ª Assembleia Geral da ONU em Nova York em 25 de setembro
"Os ataques contra nossos civis em Bengasi foram ataques contra os Estados Unidos. Não deve existir dúvida de que perseguiremos sem descanso os assassinos e os levaremos à justiça", disse Obama. Ele destacou que o diplomata “trabalhou na instauração da democracia no país” e que “foi morto na cidade que ajudou a salvar”, em referência a Bengasi. Stevens estava na Líbia no começo do levante contra o ditador Muamar Kadafi, em 2011, e foi escolhido como embaixador no país em março deste ano.
O presidente americano classificou o vídeo que serviu de estopim para a revolta de "repugnante", mas sublinhou que os ataques no mundo islâmico são injustificáveis. "Não há palavras que justifiquem a morte de inocentes, a morte de diplomatas, queimar um restaurante no Líbano", disse. "O futuro não pode pertencer àqueles que têm como alvo os cristãos coptas do Egito, e sim àqueles que digam: muçulmanos e cristãos, nós somos um". "Queimar uma bandeira americana não educa uma criança", afirmou ainda o presidente, em referência aos protestos contra os EUA que tomaram o Oriente Médio e o norte da África.
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“Nosso futuro vai ser determinado por pessoas como Christopher Stevens e não por seus assassinos”, concluiu, após dizer que os ataques foram promovidos contra os ideais sobre os quais seu país foi fundado, como a liberdade. O americano foi morto no começo de uma série de revoltas contra um vídeo produzido nos Estados Unidos que ofende a fé islâmica. Obama disse que o vídeo não foi proibido em razão da constituição de seu país, que defende a liberdade de expressão.
Irã – Sobre o controverso programa nuclear iraniano, Obama disse que “os Estados Unidos querem resolver este problema por meio da diplomacia e acreditamos que ainda há tempo”, mas enfatizou que “este tempo não é ilimitado”. Ele ainda destacou que seu país vai fazer o possível para que Teerã não desenvolva uma arma atômica.
A questão nuclear iraniana vem causando uma tensão entre o governo americano e o israelense. Enquanto Washington acredita que ainda há tempo para que o Irã modifique sua atitude, Israel considera o programa nuclear iraniano como uma ameaça e seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, insiste que as sanções internacionais impostas ao país não estão funcionando. O premiê já deu a entender que seu país poderia atacar as instalações nucleares do Irã como forma de defesa, mesmo sem o apoio de Obama. O americano ainda criticou países que ficam fazendo ameaças mútuas, sem citar Israel e Irã.
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Síria – Ainda defendendo a luta pela liberdade no Oriente Médio, Obama reiterou sua condenação ao regime de Bashar Assad. “O futuro não deve pertencer a um ditador que massacra seu povo”. "Brutais abusos dos direitos humanos continuam a ser cometidos no país”, disse, um ano após o assunto ter sido abordado na última Assembleia Geral, quando foi dito que o derramamento de sangue é promovido em sua maior parte pelo governo, mas também pelas forças de oposição.
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