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Obama propõe confrontar turbulência no Oriente Médio


Segundo o presidente, EUA 'não ditarão o resultado de transações democráticas em outras nações'

Obama durante discurso na Assembleia-Geral da ONU - Seth Wenig/AP
 
Obama durante discurso na Assembleia-Geral da ONU
NOVA YORK - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conclamou a comunidade internacional nesta terça-feira, 25, a confrontar as raízes da turbulência no Oriente Médio e disse que o mundo está "diante de uma escolha entre as forças que nos distanciam e as esperanças que nos aproximam".
Perante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Obama disse que os EUA não se distanciarão de países em transição, mas assegurou que Washington não ditará o resultado de transações democráticas em outras nações.
Sobre o filme anti-islâmico que serviu de estopim para protestos que resultaram na morte de mais de 50 pessoas em diferentes países, entre elas o embaixador norte-americano Chris Stevens, Obama qualificou o vídeo como "um insulto não apenas aos muçulmanos, mas também aos norte-americanos".
Segundo ele, porém, "nenhum discurso justifica a violência". Ao defender a liberdade de expressão, Obama disse que "como presidente, aceito que sejam ditas coisas terríveis sobre mim, mas defendo o direito de que as pessoas o façam".
Obama subiu ao púlpito da ONU logo depois do discurso da presidente Dilma Rousseff. Por tradição, cabe à chefe de Estado brasileira o discurso inaugural da Assembleia Geral da ONU.
Israelenses, palestinos e Irã
Ao abordar o conflito entre israelenses e palestinos, Obama disse que "o caminho é difícil, mas o objetivo é claro: um Estado de Israel seguro e uma Palestina independente e próspera". O presidente dos EUA assegurou ainda que o país deseja solucionar por vias diplomáticas o impasse em relação ao programa nuclear iraniano, mas disse que não pretende esperar por tempo indeterminado.
Segundo ele, o Irã não conseguiu demonstrar que seu programa nuclear tem propósito estritamente pacífico nem foi capaz de cumprir suas obrigações perante a ONU. "Deixem-me ser claro: a América deseja resolver essa questão por meio da diplomacia, e acreditamos que ainda haja tempo e espaço para isso. Mas o tempo não é ilimitado", disse Obama.
"Os Estados Unidos farão o que precisam fazer para impedir o Irã de obter uma arma nuclear", disse ele, sem entrar em detalhes. Obama ainda acusou o governo iraniano de apoiar uma ditadura na Síria e de dar suporte a grupos considerados "terroristas" no exterior.
Durante o discurso, Obama arrancou aplausos dos presentes ao citar os líderes pacifistas Nelson Mandela e Mahatma Gandhi. Ao citar o sul-africano, Obama disse: "Nelson Mandela afirmou certa vez: ''ser livre não é apenas uma questão de se desacorrentar alguém, mas de se viver de um modo que respeite e aprimore a liberdade do próximo'". Do indiano, Obama citou: "A intolerância é, por si só, uma forma de violência e um obstáculo ao florescimento de um verdadeiro espírito democrático".
O presidente norte-americano ainda citou o Brasil como exemplo de países que alcançaram paz e progresso. "A história demonstra que a paz e o progresso acontece para quem faz as escolhas certas. Nações de todo o mundo passaram por isso. A Europa, o mais sangrento campo de batalha do século 20, está unida, livre e em paz. Do Brasil à África do Sul, da Turquia à Coreia do Sul, da Índia à Indonésia, povos de diferentes raças, religiões e tradições tiraram milhões de pessoas da pobreza enquanto respeitavam os direitos de seus cidadãos e cumpriam suas responsabilidades como nações".
Tanto na abertura quanto no encerramento de sua quarta intervenção perante a Assembleia Geral da ONU, Obama dedicou o discurso ao embaixador Chris Stevens, assassinado durante a invasão do consulado norte-americano em Benghazi no início da onda de protestos que varreu países islâmicos em meio à divulgação do trailer de um filme que ridicularizava o profeta Maomé.

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