Dilma reafirma críticas a países ricos
Presidente recebe líder da CE, Durão Barroso, e se diz descontente com injeção maciça de recursos para reanimar suas economias
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O recado será repetido nesta terça-feira, no discurso que Dilma fará na abertura da 67ª assembleia geral das Organizações das Nações Unidas (ONU). A presidente tem reafirmado essa posição em todos os foros internacionais de que participa.
Ao contrário dos Estados Unidos, porém, que tornaram tensa a relação com o Brasil ao criticar, de forma dura, a decisão de elevar as tarifas de importação de 100 produtos, Durão Barroso preferiu manter o tom conciliador. Após o encontro de cerca de duas horas com Dilma, ele comentou que a conversa foi "cordial" e que ela é "ótima pessoa". Ele não fez críticas ao suposto protecionismo brasileiro.
Barroso avaliou que a crise na Europa "honestamente vai durar algum tempo". Na conversa com jornalistas, ele recorreu a metáfora do futebol para comentar a situação europeia: "Nós já passamos a primeira parte do jogo e agora estamos na segunda, e contrariando o que previam os apostadores, não perdermos jogadores. O que eu peço é que não percamos a concentração".
O presidente da Comissão Europeia disse também que os problemas sofridos por alguns países europeus ainda não foram resolvidos, mas que "o euro é uma moeda estável".
Visita ao Brasil
Logo depois da entrevista, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, afirmou que a "longa conversa" de Dilma e Barroso serviu para aprofundar o debate sobre a zona do euro, a questão europeia e as relações econômicas entre o Brasil e a comunidade. Patriota disse que Barroso visitará o Brasil em janeiro do próximo ano para mais uma rodada de diálogo.
A presidente passou o dia de ontem fechada no hotel, finalizando o discurso desta terça-feira com a ajuda de assessores. Sua agenda oficial estava em branco até o meio da tarde, quando então foi confirmada a audiência com Durão Barroso.
O governo brasileiro está preocupado com os possíveis efeitos da terceira rodada de afrouxamento da política econômica norte-americana, que promete comprar até US$ 40 bilhões em títulos públicos e privados ao mês, injetando recursos na economia. Dilma já orientou a Fazenda a tomar providências para evitar uma queda acentuada da cotação do dólar ante o real.
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