Ahmadinejad diz não acreditar em ataque israelense
O presidente do Irã, no entanto, destacou que seu país está preparado para enfrentar uma ofensiva de Israel
Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad
"Fundamentalmente, nós não levamos a sério as ameaças dos sionistas. Nós temos todos os meios de defesa à nossa disposição e estamos prontos para nos defender", disse Ahmadinejad. "Estamos prontos para o diálogo, essencial para a resolução dos problemas", mas sob condições que sejam baseadas em "justiça e respeito mútuo", acrescentou.
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Israel considera o programa nuclear iraniano como uma ameaça e seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, insiste que as sanções internacionais impostas ao país não estão funcionando. Essa postura ampliou a distância entre os governos israelense e americano, cujas autoridades acreditam que ainda há tempo para que o Irã modifique sua atitude. Dessa forma, o premiê deu a entender que Israel poderia atacar as instalações nucleares do Irã como forma de defesa, mesmo sem o apoio de Barack Obama.
Benjamin Netanyahu e Barack Obama durante encontro na Casa Branca em março de 2012
Sem raízes – Ahmadinejad ainda disse nesta segunda-feira que Israel ‘não tem raízes’ na história do Oriente Médio e que representa um incômodo para Teerã, destacando que o estado judaico existe há apenas 60 ou 70 anos, enquanto o Irã – antigamente conhecido como Pérsia – tem milhares de anos. "Eles (Israel) não têm raízes lá na história", disse Ahmadinejad, acrescentando que "eles nem sequer entram na equação para o Irã".
Sanções - O presidente iraniano também condenou as potências ocidentais presentes no Conselho de Segurança da ONU por violar "os direitos e liberdades de outras nações" ao impor sanções ao Irã por seu controvertido programa nuclear.
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Em uma entrevista ao Washington Post, o presidente iraniano disse, por outro lado, que está pronto para conseguir um acordo com os países ocidentais sobre o programa nuclear de seu país.
"Sempre estivemos prontos e estamos prontos para conseguir o acordo. Mas a experiência tem demonstrado que as decisões importantes não são tomadas com os Estados Unidos em campanha eleitoral", explicou.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon
Assembleia – O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, se reuniu com o Ahmadinejad no último domingo para o alertar sobre as consequências que uma “retórica incendiária” teria, especialmente no Oriente Médio.
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Em seu último discurso na Assembleia da ONU, realizado em setembro de 2011, o presidente iraniano pôs em dúvida o Holocausto e as circunstâncias dos atentados de 11 de setembro de 2001, o que fez com que representantes de diversos países abandonassem o plenário. Este ano, ele deve falar na quarta-feira, dia que coincide com o Yom Kipur (Dia do Perdão), um dos mais sagrados feriados judaicos.
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