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Na ONU, China acusa Japão de roubar ilhas em disputa

Temperatura do conflito diplomático por arquipélago no Mar da China Oriental subiu durante Assembleia Geral. EUA pediram 'cabeças frias' aos dois países

O ministro chinês das Relações Exteriores, Yang Jiechi, na ONU: discurso duro
O ministro chinês das Relações Exteriores, Yang Jiechi, na ONU: discurso duro                                     
O ministro chinês das Relações Exteriores, Yang Jiechi, acusou nesta quinta-feira o Japão de roubar da China as ilhas Diaoyu, chamadas Senkaku pelos japoneses, durante seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Localizado no Mar da China Oriental, o arquipélago é reivindicado pelos dois países – Taiwan também alega ter soberania sobre as ilhas.
Nas últimas semanas, a disputa histórica ganhou ares de crise diplomática depois que o governo japonês anunciou a estatização de algumas ilhotas. A decisão provocou uma onda protestos antijaponeses na China. Ao contrário de acalmar os ânimos, o discurso do ministro chinês na ONU demonstra que a temperatura do conflito entre os dois países segue alta.
"A China exorta firmemente o Japão a cessar imediatamente todas as atividades que violam a soberania territorial chinesa, a adotar ações para corrigir seus erros e a voltar ao caminho para resolver a disputa mediante negociações", declarou Yang no plenário da ONU. "O Japão roubou estas ilhas em 1895, ao final da guerra sino-japonesa, e forçou o governo chinês a firmar um tratado desigual para ceder estes territórios", alegou.
O chanceler reafirmou que as ilhas "formam parte integrante do território chinês desde a antiguidade". "As ações tomadas pelo Japão são totalmente ilegais e inválidas. Não podem, de nenhuma maneira, mudar o fato histórico de que o Japão roubou as ilhas Diaoyu e que a China tem soberania territorial sobre elas", proclamou Yang.
Logo após o pronunciamento do chanceler chinês, o Japão pediu direito de resposta às acusações e contestou o país vizinho. "Só a partir dos anos 1970 que os governos da China e Taiwan começaram a fazer afirmações de soberania sobre as ilhas Senkaku", declarou Kazuo Kodama, vice-embaixador japonês na ONU. "Antes não havia nenhuma objeção", insistiu. Um dia antes, também durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, afirmou que "não há compromisso" possível com a China a respeito da soberania sobre as ilhas.
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Diálogo – Diante do aumento da tensão diplomática, os Estados Unidos buscaram esfriar a guerra de palavras. Por meio de um assessor do Departamento de Estado, a secretária da pasta, Hillary Clinton, pediu a Japão e China que mantenham "cabeças frias" no tratamento da questão.
"A secretária novamente pediu que as cabeças frias prevaleçam, e que Japão e China se empenhem no diálogo para acalmar as águas (em turbulência)", declarou o diplomata americano, em nome de Clinton. "Nós acreditamos que o Japão e a China têm os recursos, têm a moderação, têm a capacidade de trabalhar sobre isso diretamente e diminuir as tensões, e essa é a nossa mensagem para os dois lados", completou o representante dos EUA.
A tensão entre Pequim e Tóquio envolvendo a disputa pelas ilhas Senkaku/Diaoyu cresceu após o Japão decidir nacionalizar três das oito ilhotas do arquipélago (leia mais abaixo). O território, situado 200 quilômetros a nordeste de Taiwan e 400 quiloômetros a oeste de Okinawa, no sul do Japão, é desabitado, mas fica em uma área rica em pesca e possivelmente sobre uma reserva de gás natural.

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