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Ataque na Líbia foi atentado não planejado, diz nova versão

Inteligência dos EUA indica que ação terrorista matou embaixador e outros três americanos em Bengasi e protesto por filme anti-Islã não perturbou consulado

O diretor do Centro Nacional Contraterrorismo dos EUA, Matthew Olsen, em audiência no Senado americano
O diretor do Centro Nacional Contraterrorismo dos EUA, Matthew Olsen, em audiência no Senado americano                                     
O ataque ao consulado americano em Bengasi, que matou no último 11 de setembro o embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Christopher Stevens, além de outros três americanos, foi um "atentado terrorista", afirmou nesta quarta-feira o chefe do órgão de inteligência antiterror dos EUA. Diretor do Centro Nacional Contraterrorismo, Mathew Oslen deu uma nova versão para o ataque em uma audiência no Senado americano.
Segundo ele, informações da inteligência americana indicam que os extremistas armados que lançaram granadas e morteiros no consulado não planejaram a ação com antecedência. Os radicais teriam aproveitado um protesto contra o filme que satiriza o profeta Maomé, mas a manifestação não teria perturbado o consulado e não foi percebida pelos diplomatas americanos.
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"Parece que indivíduos que estavam certamente bem armados aproveitaram a oportunidade apresentada com os acontecimentos que se desdobraram naquela noite e na manhã do dia 12 de setembro", declarou Olsen. "Nós sabemos que um número de militantes na área, como eu mencionei, estão bem armados e mantêm aquelas armas. O que não temos neste momento é a inteligência específica de que houve um planejamento prévio significativo ou coordenação para este ataque", explicou. Ele ressaltou que a investigação sobre o episódio continua e ainda não há uma versão definitiva para o caso.
Os novos detalhes sobre o ataque na Líbia incluem a possível participação de um grupo terrorista do norte da África ligado à Al Qaeda, conhecido como AQMI (Al Qaeda no Magreb Islâmico). Além disso, foram reveladas novas informações sobre a segurança do consulado em Bengasi, que no momento do atentado era protegido por cinco civis americanos. O Departamento de Defesa confirmou que uma empresa de segurança privada era responsável pelo trabalho.
Repercussão – Parlamentares da oposição republicana questionaram o esquema de proteção dos diplomatas em um país notadamente violento e onde a presença de armamentos pesados é conhecida mesmo antes da revolução que derrubou o ditador Muamar Kadafi. "Estou realmente preocupado com a falta de apoio ao embaixador, a falta de proteção", disse o presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara, deputado Howard McKeon. "Não tínhamos militares lá", queixou-se o congressista, que chamou a situação de "inconcebível".
Na última terça-feira, a secretária de Estado Hillary Clinton defendeu o esquema de proteção ao consulado. "Asseguro que nossa segurança em Bengasi incluía uma unidade das forças do governo local, bem como uma guarda do mesmo tipo em que confiamos em muitas partes do mundo".
Nesta quarta, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, comentou as novas revelações sobre o ataque na Líbia, que antecipou a recente onda de protestos antiamericanos no mundo islâmico. "É um fato de que há na pós-revolução, no pós-guerra da Líbia, grupos armados, atores ruins hostis ao governo, hostis ao Ocidente, hostis aos Estados Unidos e, como tem sido o caso em outros países da região, é certamente concebível que esses grupos aproveitem e explorarem situações que se desenvolvem para protestar ou atacar tanto ocidentais, americanos, lugares ocidentais ou lugares americanos", disse Carney.

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