Julgamento do mensalão não é vergonha, diz Lula
Pela primeira vez na campanha, ex-presidente menciona processo no STF e diz ter ‘orgulho’ de combate à corrupção no seu governo
Em ato de campanha de Fernando Haddad (PT) com estudantes, na noite de
quinta-feira, 27, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou os tucanos e
disse que ninguém deve ter vergonha do julgamento do mensalão. Para Lula, a
população deve ter "orgulho" do combate à corrupção nos seus dois mandatos. Foi
a primeira vez que Lula se referiu ao mensalão na atual campanha.
"No nosso governo as pessoas são julgadas e as coisas são apuradas. No deles,
tripudiam", afirmou o ex-presidente, que acusou o PSDB de engavetar escândalos.
"Na nossa casa, quando nosso filho é suspeito de cometer um erro, nós
investigamos e não culpamos os vizinhos, como eles costumam fazer." A reação de
Lula foi provocada pela manifestação de um estudante, que causou
constrangimento, no início da cerimônia com bolsistas do ProUni, ao levantar uma
faixa com a inscrição "Renovação com Mensalão? PT do Lula tem o mensalão, PT do
Haddad tem paralização (sic) na educação".
O estudante era do PSOL e foi hostilizado pelos colegas. Lula aproveitou a oportunidade para tratar da crise que atingiu o seu governo, em 2005, e tem sido usada pelo candidato do PSDB, José Serra, contra Haddad. Sem mencionar Fernando Henrique Cardoso, Lula disse que houve "compra de votos" para a aprovar a reeleição do antecessor, em 1997, e conclamou os estudantes a reagirem contra "mentiras".
"A gente não pode deixar de esquecer que o procurador-geral da República no tempo deles era chamado de engavetador. Vocês não podem esquecer da compra de votos para aprovar a reeleição neste País", afirmou. "Se juntarem todos os presidentes da história do Brasil, vocês verão que eles não criaram instituições para combater a corrupção como nós em oito anos. Sintam orgulho porque, se tem uma coisa que fizemos, foi criar instrumentos para combater a corrupção."
De microfone em punho e sob aplausos, Lula prosseguiu na defesa de seu governo. "É só ver o que era a Controladoria-Geral da República, a Polícia Federal e o grau de liberdade do Ministério Público antes de nós", insistiu, ao comentar que FHC fica "nervoso" com comparações dos dois governos.
Ainda sem citar nomes, o ex-presidente fez referência indireta ao PSOL ao dizer que, em 2006, a imprensa tentou inflar a candidatura de uma ex-petista - Heloisa Helena - e pediu a Haddad que não responda ao "jogo rasteiro" de quem tenta ligá-lo ao mensalão. "Mais uma vez, aquele senhor que ofendeu a Dilma até onde ninguém jamais tentou ofender agora está ofendendo Haddad", afirmou. Por fim, Lula pediu aos estudantes que façam "o milagre da multiplicação dos votos" para Haddad.
‘Xarope’. O candidato petista também endureceu em relação ao PSDB e à oposição. Atacou os críticos do "bolsa-esmola" e disse que Lula promoveu uma revolução na educação. "Essa revolução não seria feita por um doutor conservador, tinha de ser feita por um operário", afirmou. Ao chamar a oposição de "xarope" por "torcer para que as coisas deem erradas", o petista alfinetou o senador tucano Aécio Neves (MG). "Se o Aécio quer ser presidente, estuda um pouquinho. Lê um livro por semana. Dá uma lidinha em Copacabana."
À plateia formada por bolsistas do ProUni, o candidato fez uma ligação entre o programa e sua passagem como chefe de gabinete da Secretaria de Finanças da gestão Marta Suplicy. Haddad disse que o embrião do ProUni seria um programa de desconto no ISS em troca de bolsas universitárias, mas a ideia não vingou.
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Para ex-presidente, relacionar Haddad aos
réus do mensalão é ‘jogo rasteiro’
O estudante era do PSOL e foi hostilizado pelos colegas. Lula aproveitou a oportunidade para tratar da crise que atingiu o seu governo, em 2005, e tem sido usada pelo candidato do PSDB, José Serra, contra Haddad. Sem mencionar Fernando Henrique Cardoso, Lula disse que houve "compra de votos" para a aprovar a reeleição do antecessor, em 1997, e conclamou os estudantes a reagirem contra "mentiras".
"A gente não pode deixar de esquecer que o procurador-geral da República no tempo deles era chamado de engavetador. Vocês não podem esquecer da compra de votos para aprovar a reeleição neste País", afirmou. "Se juntarem todos os presidentes da história do Brasil, vocês verão que eles não criaram instituições para combater a corrupção como nós em oito anos. Sintam orgulho porque, se tem uma coisa que fizemos, foi criar instrumentos para combater a corrupção."
De microfone em punho e sob aplausos, Lula prosseguiu na defesa de seu governo. "É só ver o que era a Controladoria-Geral da República, a Polícia Federal e o grau de liberdade do Ministério Público antes de nós", insistiu, ao comentar que FHC fica "nervoso" com comparações dos dois governos.
Ainda sem citar nomes, o ex-presidente fez referência indireta ao PSOL ao dizer que, em 2006, a imprensa tentou inflar a candidatura de uma ex-petista - Heloisa Helena - e pediu a Haddad que não responda ao "jogo rasteiro" de quem tenta ligá-lo ao mensalão. "Mais uma vez, aquele senhor que ofendeu a Dilma até onde ninguém jamais tentou ofender agora está ofendendo Haddad", afirmou. Por fim, Lula pediu aos estudantes que façam "o milagre da multiplicação dos votos" para Haddad.
‘Xarope’. O candidato petista também endureceu em relação ao PSDB e à oposição. Atacou os críticos do "bolsa-esmola" e disse que Lula promoveu uma revolução na educação. "Essa revolução não seria feita por um doutor conservador, tinha de ser feita por um operário", afirmou. Ao chamar a oposição de "xarope" por "torcer para que as coisas deem erradas", o petista alfinetou o senador tucano Aécio Neves (MG). "Se o Aécio quer ser presidente, estuda um pouquinho. Lê um livro por semana. Dá uma lidinha em Copacabana."
À plateia formada por bolsistas do ProUni, o candidato fez uma ligação entre o programa e sua passagem como chefe de gabinete da Secretaria de Finanças da gestão Marta Suplicy. Haddad disse que o embrião do ProUni seria um programa de desconto no ISS em troca de bolsas universitárias, mas a ideia não vingou.
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