Pular para o conteúdo principal

Prisão de mensaleiros rompeu tradição, diz Barbosa

Presidente do Supremo afirma "não ter a ilusão" que as prisões dos mensaleiros mude o comportamento de políticos corruptos no país

 
Presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa durante sessão para julgar os recursos dos 13 réus que não tem direito aos embargos infringentes no processo do mensalão, nesta quinta-feira (14)
Presidente do STF, Joaquim Barbosa: prisão de mensaleiros rompeu tradição no país
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, disse nesta quinta-feira que a prisão de deputados e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, todos condenados no processo do mensalão, representa o rompimento de uma “tradição” de impunidade que beneficiava historicamente a classe política brasileira. Neste ano, além de condenar políticos e empresários que atuaram no mensalão, o STF determinou a prisão do deputado Natan Donadon (RO), o primeiro parlamentar encarcerado por decisão da Corte desde a Constituição de 1988.
Crítico dos privilégios a autoridades, Barbosa ponderou que, apesar da quantidade de mensaleiros presos, a detenção deles não pode ser considerada “banal” e admitiu não ter “ilusão” de que a classe política possa mudar suas atitudes após a prisão dos mensaleiros. “Não tenho ilusão quanto a isso não”, afirmou.
Leia também:
STF manda prender deputado Natan Donadon
STF determina prisão de Dirceu e da cúpula do mensalão

Para o ministro, independentemente de o processado ser parlamentar ou banqueiro, “desde que demonstrada a violação de normas penais, não há porque se criar exceções para A, B ou C em função dos cargos que exercem”. “Essa é a novidade deste ano, o rompimento com uma tradição longa”, disse.
O STF já determinou 21 dos 25 mensaleiros condenados iniciem o cumprimento de suas penas – o ex-diretor do Banco Brasil Henrique Pizzolatto fugiu do país. Nos próximos dias, o ministro Joaquim Barbosa pode decidir as situações do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que tenta cumprir pena em prisão domiciliar, e do ex-presidente petista José Genoino, que está na casa de uma de suas filhas enquanto o Supremo não decide se acolhe ou não solicitação para que ele cumpra pena em casa ou em um estabelecimento hospitalar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.