ONU diz que até 500 pessoas morreram em tentativa de golpe no Sudão do Sul
Conflitos entre Exército e oposição continuam em Bor, a 190 km da capital do país, Juba
Refugiados do conflito chegam ao aeroporto de Juba. Foto: Rolla Hinedi / AP JUBA - A ONU recebeu relatórios de fontes locais no Sudão do Sul apontando que entre 400 e 500 pessoas foram mortas e até 800 ficaram feridas na última onda de violência no país mais jovem da África, disseram diplomatas do Conselho de Segurança da ONU nesta terça-feira.
"Dois hospitais registraram entre 400 e 500 mortos e (até) 800 feridos", disse um diplomata sob condição de anonimato, citando uma estimativa que o chefe de manutenção de paz da ONU, Hervé Ladsous, deu durante uma reunião a portas fechadas no conselho.
Na cidade de Bor, cerca de 190 quilômetros ao norte de Juba, novos confrontos tiveram início. Segundo o porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Joseph Contreras, há relatos de fortes combates na área ao redor de Bor desde as 3h. Centenas de civis fugiram para um complexo da ONU que fica nas proximidades.
A violência provoca incertezas a respeito do futuro do país, que é uma das mais jovens repúblicas do mundo e um do principais produtores de petróleo da África.
No centro do problema está uma violenta divisão no topo da liderança sul-sudanesa. O ex-vice-presidente do país, Riek Machar, que segundo o presidente está tentando um golpe, fugiu com 700 soldados para o sul do país, perto da fronteira com Uganda, disse o coronel Arguer.
"O Exército está em busca das forças lideradas por Machar", afirmou o coronel Arguer. "Eles devem responder por seus crimes."
Machar, que está inacessível desde o início dos confrontos, na noite de domingo, negou ao Sudan Tribune desta quarta-feira que tenha tentado derrubar o governo. Ele disse que a violência é resultado de uma disputa no interior das Forças Armadas e acusou o presidente de usar os confrontos entre soldados como desculpa para expurgar seus aliados do governo.
"Não há golpe. O que aconteceu em Juba foi um mal-entendido entre guardas presidenciais dentro da divisão", afirmou Machar ao jornal. As tentativas do Wall Street Journal de entrar em contato com ele não deram resultado.
Machar foi vice de Kiir até julho, quando o presidente o demitiu num ato que, segundo algumas fontes, teve como objetivo consolidar seu poder, antes das eleições de 2015. Machar havia anunciado anteriormente que iria concorrer contra Kiir no pleito. Os dois foram aliados na longa luta pela independência do país, mas suas discussões parecem ter ampliado as divisões étnicas e ajudaram a disseminar a violência. Kiir é Dinka e Machar faz parte da etnia Nuer. / REUTERS e AP
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"Dois hospitais registraram entre 400 e 500 mortos e (até) 800 feridos", disse um diplomata sob condição de anonimato, citando uma estimativa que o chefe de manutenção de paz da ONU, Hervé Ladsous, deu durante uma reunião a portas fechadas no conselho.
Na cidade de Bor, cerca de 190 quilômetros ao norte de Juba, novos confrontos tiveram início. Segundo o porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Joseph Contreras, há relatos de fortes combates na área ao redor de Bor desde as 3h. Centenas de civis fugiram para um complexo da ONU que fica nas proximidades.
A violência provoca incertezas a respeito do futuro do país, que é uma das mais jovens repúblicas do mundo e um do principais produtores de petróleo da África.
No centro do problema está uma violenta divisão no topo da liderança sul-sudanesa. O ex-vice-presidente do país, Riek Machar, que segundo o presidente está tentando um golpe, fugiu com 700 soldados para o sul do país, perto da fronteira com Uganda, disse o coronel Arguer.
"O Exército está em busca das forças lideradas por Machar", afirmou o coronel Arguer. "Eles devem responder por seus crimes."
Machar, que está inacessível desde o início dos confrontos, na noite de domingo, negou ao Sudan Tribune desta quarta-feira que tenha tentado derrubar o governo. Ele disse que a violência é resultado de uma disputa no interior das Forças Armadas e acusou o presidente de usar os confrontos entre soldados como desculpa para expurgar seus aliados do governo.
"Não há golpe. O que aconteceu em Juba foi um mal-entendido entre guardas presidenciais dentro da divisão", afirmou Machar ao jornal. As tentativas do Wall Street Journal de entrar em contato com ele não deram resultado.
Machar foi vice de Kiir até julho, quando o presidente o demitiu num ato que, segundo algumas fontes, teve como objetivo consolidar seu poder, antes das eleições de 2015. Machar havia anunciado anteriormente que iria concorrer contra Kiir no pleito. Os dois foram aliados na longa luta pela independência do país, mas suas discussões parecem ter ampliado as divisões étnicas e ajudaram a disseminar a violência. Kiir é Dinka e Machar faz parte da etnia Nuer. / REUTERS e AP
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