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EUA enviam armas ao Iraque para combater a Al Qaeda

Grupo terrorista tem ganho cada vez mais força no país árabe e na vizinha Síria. Ante escalada da violência, Bagdá solicitou ajuda - e recebeu mísseis e drones

Soldados americanos tomam casa usada para interrogatório de prisioneiros da Al Qaeda no Iraque
Soldados americanos tomam casa usada para interrogatório de prisioneiros da Al Qaeda no Iraque ( Getty)
Em uma tentativa de deter o avanço dos terroristas da Al Qaeda no Iraque, os Estados Unidos passaram a enviar ao país árabe dezenas de mísseis e drones (veículos aéreos não tripulados). O objetivo de Washington é ajudar o governo iraquiano a combater a rede terrorista, que tem ganhado território no Iraque e na vizinha Síria. De acordo com reportagem da edição desta quinta-feira do jornal The New York Times, a operação é realizada de forma sigilosa entre os dois governos.
Ainda segundo a reportagem, o movimento americano é uma resposta ao pedido de ajuda feito pelo primeiro-ministro iraquiano, Nuri Kamal al –Maliki, que se reuniu com o presidente americano Barack Obama no mês passado nos EUA. Especialistas ouvidos pelo jornal, contudo, questionam se a medida será suficiente para reverter a crescente onda de insegurança que toma conta do Iraque – somente neste ano, 8.000 iraquianos foram mortos em ataques, 952 deles, membros das Forças de Segurança do país, o mais alto nível de violência desde 2008, segundo as Nações Unidas.
Leia também:
Iêmen é uma porta escancarada para atuação da Al Qaeda

A afiliada iraquiana da Al Qaeda Estado Islâmico no Iraque e na Síria se tornou uma poderosa força no Nordeste e Oeste do Iraque. Agindo em comboios armados, o grupo tem levado pânico a cidades, intimidado autoridades locais e provocado assassinatos. Na semana passada, homens-bomba do grupo mataram o comandante da Sétima Divisão do Exército iraquiano e dezenas de seus oficiais quando as forças do governo invadiram um acampamento da Al Qaeda perto de Rutbah.
As "franquias" da Al Qaeda ainda têm grande potencial para cometer atos terroristas, mesmo após a morte de seu mentor Osama bin Laden. Esses grupos mostram que, diferentemente da estrutura nuclear com a qual a organização contava originalmente, hoje a ela é descentralizada. Devido à ausência de uma hierarquia única, muitas vezes seus membros não se comunicam com o “núcleo” para realizar os atentados e desenvolvem seus próprios métodos para conseguir os recursos necessários. A fragilidade de alguns países, nesse momento, é terreno fértil para o desenvolvimento dessas franquias.
Nesta quarta-feira, dia de Natal, pelo menos 35 pessoas morreram em ataque perpetrado pela rede em uma região de maioria cristã em Bagdá, capital do Iraque. Duas bombas explodiram em um mercado próximo a uma igreja, pouco após uma missa. Outras 56 pessoas ficaram feridas.
A comunidade cristã no Iraque é estimada entre 400.000 e 600.000 pessoas e tem sofrido frequentes ataques da Al Qaeda e outros grupos de radicais. O incidente ocorre no momento em que as forças de segurança do país estão realizando uma forte operação militar no deserto ocidental à procura de membros da Al Qaeda, na fronteira com a Síria.

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