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Irmandade Muçulmana é 'grupo terrorista', diz premiê egípcio

Após ataque a prédio da polícia perto do Cairo, Hazem Beblawi atacou o grupo do ex-presidente Mohamed Mursi, mas não culpou os islamitas diretamente

Edifício da polícia egípcia em Mansura foi alvo de explosão de carro-bomba
Edifício da polícia egípcia em Mansura foi alvo de explosão de carro-bomba (Reuters)
Pelo menos 14 pessoas morreram e por volta de 100 ficaram feridas na noite desta segunda-feira após a explosão de um carro-bomba que atingiu um prédio da polícia egípcia na cidade de Mansura, cerca de 100 quilômetros ao norte do Cairo.
Logo após o atentado, o primeiro-ministro interino do Egito, Hazem Beblawi, citou a Irmandade Muçulmana em nota e, mesmo sem culpá-la diretamente, classificou o grupo ao qual pertence o presidente deposto Mohamed Mursi de "organização terrorista". Beblawi afirmou que os responsáveis pelo ato terrorista não ficarão impunes – nenhum grupo, porém, assumiu a autoria do atentado.
A Irmandade teve suas atividades suspensas pela Justiça do Egito no final de setembro, em meio a uma campanha para sua dissolução empreendida pelo governo de transição que substituiu Mursi em julho.
Além dos mortos e feridos, o ataque desta segunda causou sérios danos materiais no edifiício e entorno. Imagens da televisão egípcia mostraram fachadas de prédios destruídas, além de várias ambulâncias no local. A maioria das vítimas é de policiaais, afirmou o governador da província de Daqahleya, Omar al Chaouatfy.
Divulgação
Hazem Beblawi, primeiro-ministro interino do Egito
Autoridades dos serviços de segurança afirmaram que o carro-bomba tinha dezenas de quilos de explosivos e que a detonação foi ouvida em um raio de 20 quilômetros ao redor da cidade de Mansura.
Fontes de segurança disseram que o ataque feriu o general Sami el Mihi, comandante responsável pela segurança na província de Daqahleya, localizada no delta do Rio Nilo. Dois dos colaboradores próximos do general morreram.
Contexto – Os ataques contra edifícios do governo aumentaram no Egito desde a destitução de Mohamed Mursi por um golpe militar em 3 de julho. O presidente deposto e outros 132 dirigentes e membros de grupos islamitas estão sendo processados pela Justiça egípcia e respondem por diversas acusações, entre elas manter relações com o grupo radical palestino Hamas, fugir da prisão de Wadi Natrun – onde Mursi esteve preso durante a revolução de 2011, que derrubou o ditador Hosni Mubarak –, incendiar a cadeia e facilitar a fuga de presos. 
Outras acusações contra Mursi são a agressão a funcionários do presídio e destruição de documentos. Ele responde ainda por suposto envolvimento na morte de manifestantes em frente ao palácio presidencial, em dezembro de 2012.
No processo que envolve o contato com o Hamas, o governo xiita do Irã e também seu aliado libanês, o Hezbollah, estão envolvidos outros 35 dirigentes da Irmandade Muçulmana, entre eles o líder Mohammed Badía e Saad Katatni, presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político do grupo.
Mursi está na prisão Burg al Arab, perto de Alexandria. A Irmandade Muçulmana afirma que as acusações contra seus dirigentes são politizadas e representam uma tentativa do Exército e das atuais autoridades egípcias de legitimar o golpe militar.
(Com agência France-Presse)

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