Pular para o conteúdo principal

Kim Jong-un preside cerimônia em memória do pai

Ditadorzinho tenta se afirmar no poder após execução de seu tio, o número 2 do regime

Foto 1 / 42
Ampliar Fotos
Parada Militar no segundo aniversário da morte do ex-ditador Kim Jong Il, na Coreia do Norte
Parada militar na Coreia do Norte - Reuters
O ditador norte-coreano Kim Jong-un presidiu nesta terça-feira em Pyongyang uma grande cerimônia em memória de seu pai, o também ditador Kim Jong-il (1941–2011), no aniversário de dois anos de sua morte. A televisão estatal norte-coreana exibiu ao vivo a chegada de Kim ao principal auditório da capital da Coreia do Norte para o evento, que contou com a presença de milhares de pessoas, incluindo membros do governo, altos funcionários e militares. A cerimônia, segundo analistas internacionais, serviu para Kim Jong-un se afirmar como homem-forte do regime e para enaltecer a figura do falecido mandatário do país, reforçando o culto à personalidade característico a muitos regimes ditatoriais.
Choe Ryung-hae, um dos homens fortes do regime, abriu as comemorações com um discurso de louvor ao falecido ditador em Pyongyang. Enquanto no lado de dentro do auditório só entravam políticos, militares e burocratas próximos ao poder, do lado de fora, milhares de membros do Partido Comunista e do Exército se aglomeravam pelas ruas.

Leia também
Norte-coreanos juram lealdade após execução de tio de Kim Jong-un

Kim Jong-un manda executar tio que foi seu mentor
À moda stalinista, tio de Kim Jong-un “desaparece” de imagens oficiais


O discurso de Choe, vice-presidente da poderosa Comissão Militar Central, seguiu o de Kim Yong-nam, presidente da Assembleia Popular Suprema (o Parlamento norte-coreano), segundo as imagens exibidas pela televisão estatal KCTV. O destaque do evento foi a ausência de Kim Kyong-hui, irmã do falecido Kim Jong-il, tia do atual líder e viúva de Jang Song-thaek, o ex-número dois do regime executado na semana passada por conspiração e traição. A execução do tio e mentor político do jovem Kim provocou questionamentos sobre a estabilidade do regime.
Todos os níveis de poder e controle da Coreia do Norte pareciam estar presentes para mostrar lealdade a Kim e ao Estado, disse à CNN Daniel Pinkston, analista sênior do International Crisis Group. “Kim Jong-un usa essas datas para que as pessoas na liderança estendam suas promessas de fidelidade e lealdade ao regime", disse Pinkston. “Há muita atenção sobre ele por causa do recente expurgo e execução de Jang Song-thaek”, completou.
Na segunda-feira, em um evento separado, membros do exército norte-coreano juraram lealdade ao ditador Kim em uma parada militar nos arredores do Palácio Kumsusan, informou a agência de notícias estatal norte-coreana. Os participantes "prometeram solenemente tornarem-se ‘balas e bombas humanas’ para proteger Kim e o regime”.
No dia 17 de dezembro do ano passado, o primeiro aniversário da morte do chamado "querido líder", aconteceu uma das típicas concentrações de massa em Pyongyang presidida por Kim Jong-un, além de uma cerimônia de homenagem ao corpo embalsamado do falecido ditador, que está no Palácio Kumsusan. Kim Jong-il morreu há dois anos de um infarto do miocárdio, o que deu início a era de seu filho, Kim Jong-un, à frente do país governado por três gerações da mesma família desde a sua fundação em 1948.
 
Imagem divulgada pelo governo da Coreia do Norte, juntamente com um comunicado, informa que os soldados estão preparados para o combate contra a Coreia do Sul e Estados Unidos
Imagem divulgada pelo governo da Coreia do Norte, juntamente com um comunicado, informa que os soldados estão preparados para o combate contra a Coreia do Sul e Estados Unidos - KCNA/Reuters

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular