Pular para o conteúdo principal

‘Não interpreto cartas’, diz Dilma sobre asilo a Snowden

Para Palácio do Planalto, não há nada que governo brasileiro possa fazer sem um pedido formal do ex-espião americano

 
 
A presidente Dilma Rousseff disse na quarta-feira, 18, que não interpreta "cartas de ninguém", ao comentar a "carta aberta ao povo do Brasil" assinada pelo ex-agente de inteligência do governo americano Edward Snowden, que se dispôs a ajudar as autoridades brasileiras nas investigações sobre o roubo de informações por parte do governo dos EUA.
Dilma: "Não me encaminharam nada, não me pediram nada" - Dida Sampaio/Estadão
 
Dilma: "Não me encaminharam nada, não me pediram nada"
Para o Palácio do Planalto e para o Itamaraty, a carta poderia ter sido usada como sondagem a um pedido formal de asilo. "Eu me dou completamente o direito de não me manifestar sobre o que não foi encaminhado. Vou me manifestar como? Não me encaminharam nada, não me pediram nada e, mais do que isso, eu não interpreto cartas de ninguém. Não é a minha missão", disse a presidente, durante café da manhã com repórteres no Palácio do Planalto.
"Eu não acho que o governo brasileiro tenha de se manifestar sobre um indivíduo que não deixa claro e não se dirigiu a nós. Não somos um órgão ao qual se faz ou se consulta ou se comunica de forma que haja intermediários. A nós, não nos foi encaminhado nada", comentou.
Pedido de asilo. Para o jornalista Glenn Greenwald - que revelou os segredos da Agência de Segurança Nacional (NSA) -, a interpretação de que a carta é um pedido de asilo é "totalmente errada". Uma mensagem similar já tinha sido endereçada à Alemanha, na qual Snowden também se dispôs a colaborar com as investigações sobre a atuação da NSA.
De acordo com Greenwald, o americano não quis propor uma "troca" para obter o asilo e a carta seria uma resposta aos pedidos de colaboração enviados a Snowden pelo Senado brasileiro. Dilma e o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, reuniram-se ontem à noite no Palácio do Planalto para discutir o caso Snowden.
Segundo o Estado apurou, a avaliação do Itamaraty é a de que não há nada que o governo possa fazer neste momento. As autoridades brasileiras consideram que não existe um pedido formal de asilo, já que a solicitação apresentada em julho foi feita em nome da Anistia Internacional.
De acordo com fontes diplomáticas, uma eventual aceitação do pedido de asilo seria difícil e poderia trazer impactos na relação bilateral com os EUA. "A NSA e outras agências de espionagem nos dizem que, pelo bem de nossa própria ‘segurança’ - em nome da ‘segurança’ de Dilma, em nome da ‘segurança’ da Petrobrás -, revogaram nosso direito à privacidade e invadiram nossas vidas. E o fizeram sem pedir a permissão da população de nenhum país, nem mesmo do delas", diz o trecho da carta escrita pelo delator do esquema de espionagem, divulgado ontem por meio de sites e publicada na véspera pelo jornal Folha de S. Paulo. "Até que um país conceda asilo político permanente, o governo dos Estados Unidos vai continuar a interferir com minha capacidade de falar."

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p