Pular para o conteúdo principal

NSA e britânicos espionaram primeiro-ministro de Israel

Documentos vazados por Edward Snowden mostram que Ehud Olmert e outros chefes de Estado estão entre os mais de 1.000 alvos interceptados

O ex-premiê de Israel, Ehud Olmert, durante audiência
O ex-premiê de Israel, Ehud Olmert, durante audiência (EFE)
Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês) e o Escritório de Comunicação do Governo britânico (GCHQ, na sigla em inglês) monitoraram conjuntamente mais de 1.000 alvos, entre eles um primeiro-ministro israelense, chefes de organizações internacionais, empresas de energia estrangeiras e um alto oficial da União Europeia (UE). É o que revela o site do jornal New York Times nesta sexta-feira, com base em documentos vazados pelo ex-analista Edward Snowden.
Embora os nomes de líderes políticos, como o da chanceler alemã Angela Merkel e o da presidente Dilma Rousseff, já tivessem emergido como alvos de espionagem, as novas revelações dão um panorama ainda mais completo da ação da NSA, que arregimentou dados em mais de 60 países e em colaboração com a GCHQ. Ambas as agências monitoraram as comunicações de altos funcionários da UE, chefes de Estado africanos, ministros estrangeiros, diretores da Organização das Nações Unidas (ONU), diretores de grandes empresas e do primeiro–ministro de Israel entre 2006 e 2009, Ehud Olmert.

Leia também
Relatório sobre espionagem traz propostas que limitam ação da NSA

Assembleia da ONU aprova proposta contra espionagem​
Gigantes de tecnologia criticam monitoramento dos EUA
As interceptações dos e-mails de Olmert, feitas em janeiro de 2009, ocorreram enquanto ele estava lidando com as consequências da resposta militar de Israel aos ataques de foguetes vindos da Faixa de Gaza, em um momento particularmente tenso nas relações com os Estados Unidos. Os dois países entraram em desacordo sobre os preparativos de Israel para atacar o programa nuclear do Irã.
Os documentos também relatam espionagem durante uma operação conjunta entre a Agência Central de Inteligência americana (CIA, na sigla em inglês), a NSA e seu equivalente israelense, a Unidade 8200. As agências trabalhavam no design e no lançamento de uma onda de ataques cibernéticos contra uma grande instalação nuclear iraniana, numa operação chamada ‘Jogos Olímpicos’.
Os relatórios mostram que os espiões também monitoraram o tráfego de e-mail de várias autoridades israelenses, além do primeiro-ministro. Também em 2009, agentes da inteligência interceptaram o tráfego de e-mail do então ministro da Defesa israelense, Ehud Barak. Os endereços de e-mails ministeriais de Israel foram acompanhados “durante anos”. Duas embaixadas israelenses também aparecem nas listas de alvos, apontam os relatórios.
Leia mais:
Itamaraty diz que não há pedido formal de asilo de Snowden
EUA espionaram até mundos virtuais e jogos on-line

Também consta na lista de vigilância o vice-presidente da Comissão Europeia, Joaquin Almunia, que, entre outros poderes, supervisionava questões antitruste na Europa. A comissão tem ampla autoridade sobre empresas locais e estrangeiras, e puniu uma série de empresas americanas, incluindo a Microsoft e a Intel, com multas pesadas por prejudicar a concorrência leal. Os relatórios informam que os espiões interceptaram comunicações de Almunia entre 2008 e 2009. Procurado pelo jornal, Almunia disse que estava "muito decepcionado" com a espionagem de aliados.
Os detalhes do monitoramento são descritos em documentos da NSA e da GCHQ, com dados abrangendo o período de 2008 a 2011. Os relatórios são boletins técnicos produzidos pelos espiões, que captaram informações telefônicas e telemáticas (e-mails e mensagens de texto) de comunicações feitas no exterior. Dentre os mais de 1.000 alvos atingidos, também estão suspeitos de terrorismo, informa o jornal.

Saiba mais: Eu espiono, tu espionas, nós espionamos...
Não está claro o total de dados que os agentes conseguiram reunir. Os documentos aos quais o jornal teve acesso contêm apenas fragmentos de transcrições de conversas e de mensagens, mas sempre com indicações de que havia informações adicionais, possivelmente armazenadas em um banco de dados das duas agências de inteligência.
Alguns dos dados revelados pelos relatórios confirmam justamente algumas práticas criticadas na quarta-feira por um comitê consultivo presidencial, incluindo a espionagem de líderes estrangeiros aliados. Procurada pelo New York Times, a NSA afirmou que estava revendo suas ações em relação aos países aliados. Já um porta-voz da GCHQ recusou-se a comentar sobre assuntos de inteligência que tocam a segurança nacional, mas disse que a agência "leva suas obrigações sob a lei muito a sério".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p