Navios chineses entram em águas japonesas perto das
ilhas disputadas
O pequeno arquipélago, que pode
abrigar reservas de hidrocarbonetos, é motivo de uma tensão histórica entre os
dois países
Ilhas são disputadas por
China e Japão devido à riqueza natural
Quatro navios de vigilância chineses entraram
neste domingo em águas territoriais japonesas perto das ilhas Senkaku, ou
Diaoyu, foco de uma disputa da soberania entre Tóquio e Pequim que se
recrudesceu nos últimos meses, informou a Guarda Litorânea japonesa.
(Conheça oito motivos dessa disputa)
O arquipélago, desabitado e com uma superfície de 7 quilômetros quadrados,
pode abrigar reservas de hidrocarbonetos e é um foco histórico de disputa entre
ambos os países.
Os quatro navios, que navegam desde a sexta-feira por esta região do Mar da
China Oriental, entraram na denominada zona contígua nas primeiras horas deste
domingo, o que fez com que guarda-costeiras fizessem advertências por megafone -
pediram às embarcações para se manterem afastadas das águas territoriais
japonesas.
A zona contígua japonesa é uma área de 12 milhas náuticas (ou 22 quilômetros)
de largura entre a jurisdição local e águas internacionais. Dois barcos entraram
em águas do Japão ao sudeste de Kuba, uma das ilhas que compõem a cadeia de
Senkaku (Diaoyu em chinês), ao mesmo tempo em que os outros dois entraram em
águas japonesas ao leste de Minamikojima.
Entenda como ilhotas colocaram a China contra o Japão
A soberania de oito ilhas rochosas provocou crise diplomática entre dois
fortes parceiros comerciais e desatou uma onda de protestos anti-Japão em
cidades chinesas. é o contexto histórico da disputa?
Barco japonês navega na região das ilhas
Senkaku, disputadas por Japão, China e Taiwan
A disputa pelas ilhas data de 1895. Segundo o Japão, nessa época a China
cedeu o território ao perder a guerra sino-japonesa. A China diz que o Japão
tomou ilegalmente o território ao forçar a dinastia Qing a assinar o Tratado de
Shimonoseki. Durante a II Guerra Mundial, os Estados Unidos administraram as
ilhas, mas as devolveram ao Japão em seguida. A China diz ter recuperado a
soberania das ilhas após o conflito com a Proclamação de Potsdam, de 1945, mas o
Japão diz que elas não estavam incluídas em um acordo posterior, o Tratado de
Paz de San Francisco, de 1951. Em 1971, tanto China como Taiwan declararam
soberania sobre as ilhas e, desde então, a questão virou um entrave
diplomático.
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Qual é o contexto histórico da disputa?
Barco japonês navega na região das ilhas
Senkaku, disputadas por Japão, China e Taiwan
A disputa pelas ilhas data de 1895. Segundo o Japão, nessa época a China
cedeu o território ao perder a guerra sino-japonesa. A China diz que o Japão
tomou ilegalmente o território ao forçar a dinastia Qing a assinar o Tratado de
Shimonoseki. Durante a II Guerra Mundial, os Estados Unidos administraram as
ilhas, mas as devolveram ao Japão em seguida. A China diz ter recuperado a
soberania das ilhas após o conflito com a Proclamação de Potsdam, de 1945, mas o
Japão diz que elas não estavam incluídas em um acordo posterior, o Tratado de
Paz de San Francisco, de 1951. Em 1971, tanto China como Taiwan declararam
soberania sobre as ilhas e, desde então, a questão virou um entrave
diplomático.
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Por que as ilhas são importantes?
Ilhas são disputadas por China e Japão
devido à riqueza natural
Além da questão histórica, há a questão econômica. Aparentemente, um grupo de
oito ilhas vulcânicas inabitadas e rochosas, com uma área total de sete
quilômetros quadrados, não tem muita importância. No entanto, elas ficam em uma
posição estratégica para embarques de mercadorias e para a pesca. Além disso, há
na região um grande potencial para exploração de gás natural.
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Quem iniciou a campanha para a compra da ilha?
Shintaro Ishihara, governador de Tóquio, é
um nacionalista declarado
A ideia da compra começou com uma campanha de Shintaro Ishihara, governador
de Tóquio (com 37 milhões de habitantes, a Grande Tóquio tem um governo
próprio). Ishihara é um célebre escritor japonês que ficou conhecido ao escrever
o livro Season of the Sun (Temporada do Sol, em tradução livre do inglês), com o
qual ganhou o mais alto prêmio literário do país. Ele é um nacionalista
declarado, com um longo histórico de ataques à China. Com a aparente aprovação
do governo japonês, Ishihara fez uma bem-sucedida ‘vaquinha on-line’ para
angariar fundos para comprar as duas ilhas de seus proprietários privados (as
ilhas pertenciam a japoneses).
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Quem comprou as ilhas?
Primeiro-ministro do Japão Yoshihiko Noda
negou conflito por soberania porque ilhas são japonesas
Diante da possibilidade de as ilhotas ficarem sob a jurisdição de Tóquio, o
governo japonês antecipou-se e comprou-as por 2,05 bilhões de yens (cerca de 52
milhões de reais). “As ilhas Senkaku são uma parte do território japonês, tanto
historicamente como por lei internacional. Então não há problema de soberania
territorial”, disse, na época, o primeiro-ministro do Japão Yoshihiko
Noda.
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Qual foi a reação da China?
Site de buscas chinês Baidu destaca disputa
territorial com Japão em sua Homepage
A China enviou vários navios de patrulha à região das pequenas ilhas. Em
junho, o porta-voz da chancelaria chinesa, Liu Weimin, já havia classificado a
tentativa de Ishihara de comprar as ilhas de ‘irresponsável’. E acrescentou que
o território era da China por direito.
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Como surgiu a onda de protestos?
Chineses protestam do lado de fora da
embaixada japonesa em Pequim
Ainda durante a campanha de Ishihara, as primeiras manifestações começaram a
surgir. Em agosto, o Japão deportou 14 chineses que protestavam no país. Em
seguida, após a China enviar navios de patrulha para o território, o Japão
hasteou sua bandeira nas ilhotas. A reação japonesa irritou os chineses, que
finalmente tomaram as ruas de grandes cidades, como Guangzhou, Shenzhen,
Shenyang, Hangzhou, Harbin e Qingdao. Funcionários de empresas japonesas
instaladas na China também protestaram, com quebra-quebra nos locais de
trabalho. Empresas como Panasonic e Honda tiveram de paralisar suas produções no
país.
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Quando ocorreu o último incidente na região?
Em Zhengzhou, norte da China, manifestantes
protestam contra o Japão em 2010
Em 2010, o Japão deteve o capitão de um pesqueiro chinês que atuava na
região. O incidente provocou uma série de protestos na China. O capitão foi
libertado 15 dias mais tarde, após Pequim suspender temporariamente suas
relações de alto nível com Tóquio.
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