Corte do IPI deu confiança à indústria
Índice de Confiança da Indústria atingiu 106 pontos em outubro, com crescimento de 4,8% em relação ao mesmo mês do ano passado
SÃO PAULO - O corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) feito pelo governo para incentivar o consumo de carros, geladeiras, fogões e lavadoras ajudou a enxugar os estoques excessivos desses itens nas fábricas e foi o fator que mais contribuiu para o aumento da confiança dos empresários da indústria em outubro.
A Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de outubro mostra que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) atingiu neste mês 106 pontos, com alta de 1% na comparação com setembro e de 4,8% ante o mesmo mês do ano passado. Pela primeira vez em 15 meses, a confiança dos empresários superou a média do índice de confiança dos últimos cinco anos.
Mas a recuperação do setor fabril ainda é tênue, com recuos em outubro de 0,5% na confiança do setor de bens de capital em relação a setembro, descontadas as influências sazonais, e de 3% no setor de materiais de construção, na mesma base de comparação. Nesse período, houve acréscimo significativo na confiança do segmentos de bens duráveis (3,1%) e também nos bens intermediários, que foram puxados pelos duráveis, beneficiados pela redução do IPI. Já na confiança do segmentos de não duráveis, que são bens ligados à renda, houve um acréscimo de 0,6% de setembro para outubro.
"No mês passado eu estava mais animado com a recuperação da indústria de transformação do que agora", afirma o coordenador de sondagens conjunturais da FGV, Aloisio Campelo. Isso porque os resultados da pesquisa que consultou 1.290 indústrias entre os dias 1.º e 25 deste mês que, exibe sinais dúbios.
A fatia geral de empresas com estoques excessivos, por exemplo, recuou pelo quarto mês seguido. E o que pesou nessa queda foi o fato de ter mais que triplicado, de setembro para outubro, o número de montadoras de veículos e comerciais leves com produtos insuficientes. Em setembro, 7% delas informaram estar nessa condição. E essa fatia atingiu 25,8% das companhias este mês. Tanto é que o segmento de material de transporte foi considerado pela pesquisa como subestocado.
Em contrapartida, o segmento de mecânica, basicamente formado por bens de capital, cujo crescimento é sinônimo de investimento, está superestocado. Campelo destaca, por exemplo,que neste mês 36% dos fabricantes de tratores e máquinas para terraplenagem estão com estoques excessivos e em setembro eram 40%. No caso dos caminhões, 68% das montadoras estão com estoques excessivos hoje, ante 27% delas em setembro.
"Já houve um ponto de virada no investimento, mas como temos números negativos nos bens de capital, há percalços na recuperação", pondera .
1º trimestre
A grande dúvida da indústria hoje é saber como será o desempenho do consumo no primeiro trimestre, quando os benefícios de corte do IPI deverão ter acabado, segundo as regras atuais, e o mercado terá de andar por conta própria. "O risco de baque existe", diz o economista. Ele lembra que tradicionalmente a demanda é fraca no primeiro trimestre e, sem o IPI, essa tendência pode se acentuar. "Pode ser que a indústria cresça menos do que no 4º trimestre. Mas há setores que poderão ganhar força", diz Campelo, enfatizando que o investimento não vai crescer a taxas muito fortes.
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Mas a recuperação do setor fabril ainda é tênue, com recuos em outubro de 0,5% na confiança do setor de bens de capital em relação a setembro, descontadas as influências sazonais, e de 3% no setor de materiais de construção, na mesma base de comparação. Nesse período, houve acréscimo significativo na confiança do segmentos de bens duráveis (3,1%) e também nos bens intermediários, que foram puxados pelos duráveis, beneficiados pela redução do IPI. Já na confiança do segmentos de não duráveis, que são bens ligados à renda, houve um acréscimo de 0,6% de setembro para outubro.
"No mês passado eu estava mais animado com a recuperação da indústria de transformação do que agora", afirma o coordenador de sondagens conjunturais da FGV, Aloisio Campelo. Isso porque os resultados da pesquisa que consultou 1.290 indústrias entre os dias 1.º e 25 deste mês que, exibe sinais dúbios.
A fatia geral de empresas com estoques excessivos, por exemplo, recuou pelo quarto mês seguido. E o que pesou nessa queda foi o fato de ter mais que triplicado, de setembro para outubro, o número de montadoras de veículos e comerciais leves com produtos insuficientes. Em setembro, 7% delas informaram estar nessa condição. E essa fatia atingiu 25,8% das companhias este mês. Tanto é que o segmento de material de transporte foi considerado pela pesquisa como subestocado.
Em contrapartida, o segmento de mecânica, basicamente formado por bens de capital, cujo crescimento é sinônimo de investimento, está superestocado. Campelo destaca, por exemplo,que neste mês 36% dos fabricantes de tratores e máquinas para terraplenagem estão com estoques excessivos e em setembro eram 40%. No caso dos caminhões, 68% das montadoras estão com estoques excessivos hoje, ante 27% delas em setembro.
"Já houve um ponto de virada no investimento, mas como temos números negativos nos bens de capital, há percalços na recuperação", pondera .
1º trimestre
A grande dúvida da indústria hoje é saber como será o desempenho do consumo no primeiro trimestre, quando os benefícios de corte do IPI deverão ter acabado, segundo as regras atuais, e o mercado terá de andar por conta própria. "O risco de baque existe", diz o economista. Ele lembra que tradicionalmente a demanda é fraca no primeiro trimestre e, sem o IPI, essa tendência pode se acentuar. "Pode ser que a indústria cresça menos do que no 4º trimestre. Mas há setores que poderão ganhar força", diz Campelo, enfatizando que o investimento não vai crescer a taxas muito fortes.
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