Crise europeia começa a atingir economia alemã
Estatísticas divulgadas ontem também apontaram que a recuperação esperada para a Europa em 2013 pode levar mais tempo para ocorrer
GENEBRA - A crise dá claros sinais de contaminar a Alemanha da chanceler Angela Merkel, já fazendo a Europa registrar a maior retração de sua atividade industrial desde o auge da crise, em 2009.
A publicação de estatísticas nesta quarta-feira por diferentes institutos europeus indicou que a recessão na zona do euro no final de 2012 pode estar se aprofundando e que uma recuperação esperada para 2013 poderia levar ainda mais tempo para ocorrer. No último trimestre do ano, a projeção é de uma contração do PIB europeu de mais de 0,5%.
A grande preocupação se refere à Alemanha e às indicações de que o país poderia estar caminhando para uma estagnação, o que afetaria toda a Europa. A confiança empresarial alemã registrou ontem a maior contração em mais de dois anos.
"As nuvens sobre a economia alemã estão se escurecendo," alertou Hans Sinn, chefe da Ifo, a agência que promove o levantamento sobre o sentimento empresarial na maior economia da UE. Outubro, segundo ele, é o sexto mês consecutivo de queda na confiança do empresariado alemão. A redução fez com que o índice chegasse ao nível mais baixo desde fevereiro de 2010.
A queda no índice foi inesperada, o que acabou pesando nas bolsas de valores pelo continente. O euro também perdeu força.
Ao contrário de vários países da zona do euro, a Alemanha vinha resistindo a crise, em grande parte graças à competitividade de suas exportações.
"Os riscos de uma recessão na Alemanha estão crescendo", indicou o banco ING. Depois de crescer 4,2% em 2010 e 3% em 2011, a projeção apontava para uma expansão de 0,8% neste ano.
Mas dados da empresa Markit apontaram ontem para uma séria contração da produção industrial alemã, afetando todo o continente. O levantamento indicou que o índice europeu caiu para 45,8 pontos em outubro. Taxas acima de 50 representam uma expansão no PIB e nas atividades industriais dos países. Mas a queda é a pior em 40 meses.
De forma inesperada, o índice de atividade industrial na maior economia da zona do euro caiu para 48,1 pontos e a desaceleração mostrou que a crise que está afetando o sul da Europa contamina a maior economia do bloco num ritmo mais rápido que se imaginava.
Abafar
O temor é de que uma contração da economia alemã volte a jogar todo o continente em um estado de alerta e abafar qualquer tentativa de retomada. Para Tim Moore, economista da Markit, um dos motivos foi a queda das exportações, por conta da desaceleração na Ásia e a redução na aquisição de bens de capital da Alemanha.
A redução nas vendas de carros também pesou. Ontem, a Volkswagen anunciou que seus lucros sofreram uma queda de 20% no trimestre. "A piora constante da situação econômica na Europa ocidental pressionou a indústria automotiva" entre julho e setembro, afirmou a montadora em seu relatório financeiro.
Para a fabricante de artigos esportivos, Puma, não há outra saída senão começar a cortar custos. No terceiro trimestre, a empresa registrou uma queda de 85% nos lucros. A Siemens já indicou que deve promover novas demissões.
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A grande preocupação se refere à Alemanha e às indicações de que o país poderia estar caminhando para uma estagnação, o que afetaria toda a Europa. A confiança empresarial alemã registrou ontem a maior contração em mais de dois anos.
"As nuvens sobre a economia alemã estão se escurecendo," alertou Hans Sinn, chefe da Ifo, a agência que promove o levantamento sobre o sentimento empresarial na maior economia da UE. Outubro, segundo ele, é o sexto mês consecutivo de queda na confiança do empresariado alemão. A redução fez com que o índice chegasse ao nível mais baixo desde fevereiro de 2010.
A queda no índice foi inesperada, o que acabou pesando nas bolsas de valores pelo continente. O euro também perdeu força.
Ao contrário de vários países da zona do euro, a Alemanha vinha resistindo a crise, em grande parte graças à competitividade de suas exportações.
"Os riscos de uma recessão na Alemanha estão crescendo", indicou o banco ING. Depois de crescer 4,2% em 2010 e 3% em 2011, a projeção apontava para uma expansão de 0,8% neste ano.
Mas dados da empresa Markit apontaram ontem para uma séria contração da produção industrial alemã, afetando todo o continente. O levantamento indicou que o índice europeu caiu para 45,8 pontos em outubro. Taxas acima de 50 representam uma expansão no PIB e nas atividades industriais dos países. Mas a queda é a pior em 40 meses.
De forma inesperada, o índice de atividade industrial na maior economia da zona do euro caiu para 48,1 pontos e a desaceleração mostrou que a crise que está afetando o sul da Europa contamina a maior economia do bloco num ritmo mais rápido que se imaginava.
Abafar
O temor é de que uma contração da economia alemã volte a jogar todo o continente em um estado de alerta e abafar qualquer tentativa de retomada. Para Tim Moore, economista da Markit, um dos motivos foi a queda das exportações, por conta da desaceleração na Ásia e a redução na aquisição de bens de capital da Alemanha.
A redução nas vendas de carros também pesou. Ontem, a Volkswagen anunciou que seus lucros sofreram uma queda de 20% no trimestre. "A piora constante da situação econômica na Europa ocidental pressionou a indústria automotiva" entre julho e setembro, afirmou a montadora em seu relatório financeiro.
Para a fabricante de artigos esportivos, Puma, não há outra saída senão começar a cortar custos. No terceiro trimestre, a empresa registrou uma queda de 85% nos lucros. A Siemens já indicou que deve promover novas demissões.
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