Pular para o conteúdo principal

Anistia reduz pena de Berlusconi para 1 ano de prisão


Processo por compra de direitos da Mediaset tramitava na Justiça desde 2006


Condenação a ex-premiê também o impede de ocupar cargos públicos
Condenação a ex-premiê também o impede de ocupar cargos públicos

Apesar de ter sido condenado nesta sexta-feira a quatro anos de prisão por fraude fiscal na compra de direitos televisivos do seu império midiático Mediaset, o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi, se vier a ser preso, deverá cumprir pena de apenas um ano. Isso, graças a uma anistia aprovada em 2006, que, aplicada ao caso de Berlusconi, reduz a pena em três anos. Ainda cabe recurso contra a decisão, desta forma, ele não deverá ser preso até a sentença transitar em julgado.

O regulamento da anistia prevê redução de pena de prisão em até três anos e redução de multa em até 10.000 euros para crimes cometidos até 2 de maio de 2006. No caso de Berlusconi, o processo refere-se a crimes cometidos nos anos 2002-2003.

A decisão da Justiça determina ainda que o ex-primeiro-ministro deverá ficar impedido de participar da gestão da Mediaset por três anos e de ocupar cargos públicos por cinco anos.

“Os direitos (televisivos) eram objeto de manobras e aumentos injustificados, passavam da função comercial. Serviam somente para aumentar o preço”, disse o juiz de primeira instância do Tribunal de Milão.

Neste processo, no qual outras dez pessoas foram julgadas, o tribunal condenou os acusados a pagar 10 milhões de euros ao fisco italiano. Segundo a Promotoria, Berlusconi e seus funcionários lideravam um esquema para comprar direitos televisivos de filmes americanos com o objetivo de veiculá-los nos canais privados da Mediaset por meio de empresas que não estão sujeitas à regulamentação do país em que operam. Assim, o ex-premiê declarava pagamentos falsos para evitar taxas.

“Isto não é uma democracia”, reagiu Berlusconi. Em entrevista ao canal de TV Italia Uno, da própria Mediaset, o ex-premiê disse que a sentença é ‘inacreditável’ e baseada no ‘uso da justiça com fins políticos’.


Junto a Berlusconi, para o qual a Promotoria de Milão pedia uma condenação de três anos e oito meses de prisão, era acusado neste processo também Fedele Confalonieri, presidente do grupo italiano Mediaset. Confalonieri, porém, foi absolvido. Não teve a mesma sorte o produtor hollywoodiano Frank Agrama (deverá pagar três anos de prisão), bem como os empresários Daniele Lorenzano e Gabriella Galetto, todos condenados.

O processo contra Berlusconi, de 76 anos, tramitava na Justiça havia seis anos. Há dois dias, o ex-premiê tinha voltado a afirmar que não concorreria ao cargo de primeiro-ministro nas próximas eleições, pelo partido de centro-direita Povo da Liberdade (PDL).


Julgamentos - O caso Mediaset é um dos quatro julgamentos que Berlusconi tem abertos em Milão, junto ao caso Ruby (incitação à prostituição de menores e abuso de poder), caso Mills (corrupção em ato judicial) e caso Unipol, no qual é acusado de participação na revelação de segredo profissional.

Berlusconi renunciou em novembro do ano passado depois de 17 anos no poder. Ele perdeu maioria no Parlamento e oficializou sua renúncia depois da aprovação de um pacote de austeridade, em meio a crise na União Europeia. Foi sucedido por Mario Monti.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.