Pular para o conteúdo principal

No último debate, Obama defende sua diplomacia; Romney vê EUA frágeis


Democrata e republicano trocam acusações sobre atentado contra consulado em Benghazi, rumo da Primavera Árabe, crise no Oriente Médio, medidas para inibir o programa nuclear do Irã e discordam a respeito de cortes no orçamento do Pentágono

BOCA RATON, FLÓRIDA - A apenas 14 dias das eleições do dia 6, o democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney confrontaram-se com agressividade nesta segunda-feira, 22, sobre suas políticas para o Oriente Médio, no último debate da campanha. À beira de um bate-boca, Romney insistiu na adoção de uma "estratégia para os países árabes rejeitarem o extremismo islâmico". Obama tratou de desqualificar, com fatos, os argumentos de seu desafiante e de mostrar que, como chefe de Estado, tem de preservar vidas e não começar uma nova guerra no Oriente Médio.
Romney e Obama durante debate - Rick Wilking/Reuters
 
Romney e Obama durante debate

Romney citou, como exemplo de fragilidade do atual governo em lidar com os desafios impostos pela região, o caso do ataque ao consulado americano em Benghazi, em 11 de setembro. "A Al-Qaeda ainda representa uma ameaça para a América", afirmou Romney.
"Eu estou contente de ouvi-lo dizer que a Al-Qaeda ainda é a maior ameaça aos EUA porque, há pouco, você dizia que era a Rússia", rebateu Obama, ao mencionar uma das máximas de política externa ditas pelo republicano na convenção de seu partido, no final de agosto.
O presidente teve de se defender sobre o episódio de Benghazi, ainda apontado pelos republicanos e por analistas independentes como o resultado de uma falta de avaliação mais minuciosa das condições de segurança no consulado.
Quatro funcionários do Departamento de Estado morreram no episódio, entre os quais o embaixador na Líbia, Christopher Stevens. "Apesar da tragédia, milhares de líbios marcharam dizendo que a América era um país amigo. A sua estratégia não serve para fazer do Oriente Médio uma região mais segura", insistiu Obama. "O que vimos foi a aparição de mais jihadistas nos últimos quatro anos", contra-atacou o republicano.
No balneário de Boca Raton, no Estado ainda indefinido da Flórida, ambos iniciaram às 23 horas de ontem (horário de Brasília) o derradeiro debate da campanha presidencial, centrado em um tema de importância secundária para o eleitor: a política externa e de defesa dos EUA nos próximos quatro anos.
Fiéis a seus estilos, cada um tentou se vender ao eleitor ainda indeciso e cansado de guerras como o melhor comandante-chefe da mais poderosa força militar e formulador da relação dos Estados Unidos com o mundo.
Reação. Depois da apatia no primeiro debate, em Denver, e de sua recuperação no segundo, em Hempstead, Obama teria no debate de ontem a vantagem de tratar do tema de maior prestígio de seu governo. O atual presidente tem como méritos a operação de execução de Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, o fim da guerra do Iraque, em 2011, o calendário de retirada das forças americanas do Afeganistão, em 2014, e o apoio, mesmo que tardio, à Primavera Árabe.
Romney, ex-governador por um único mandato em Massachusetts, não teve experiências nesse campo a exibir.
Sua iniciativa de viajar para a Inglaterra, Polônia e Israel, em julho, resultou em uma série de gafes internacionais. Ao contrário do debate anterior, aberto para perguntas da plateia e com os candidatos livres para se movimentar no palco, o de ontem foi estático. Obama e Romney sentaram-se diante do moderador Bob Schieffer, da rede de televisão NBC.
O formato, em princípio, evitaria o choque direto entre os dois rivais. O debate ocorreu em um momento crítico da campanha presidencial. Não apenas pelo curto período até as eleições do dia 6, mas também pelos fatos de a votação antecipada já ter começado em 30 Estados e de ambos os candidatos estarem empatados nas pesquisas de opinião. A estimativa era a de que pelo menos 60 milhões de americanos vissem o embate.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...