Exército fala em trégua entre sunitas e alauítas em cidade libanesa
Pelo menos dez foram mortos e 65 ficaram feridos em Trípoli, no norte do país
Forças do exército
patrulham bairro sunita em Trípoli
O Exército libanês anunciou nesta terça-feira um
cessar-fogo na cidade de Trípoli, no norte do país, após duas noites de combates
entre sunitas e alauítas, que apoiam forças opostas na guerra civil da
Síria. Calcula-se que pelo menos dez pessoas tenham sido mortas e
65 feridas neste período, apesar da forte presença de soldados, tanques e carros
blindados na região.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
Uma fonte militar explicou que, após negociações
com o Exército, os dois lados concordaram em suspender as hostilidades. No
entanto, ao anoitecer, moradores disseram ainda ouvir disparos
ocasionais.
Saiba mais: Líbano: Funeral de chefe de inteligência termina em protesto
Os distúrbios ocorreram entre os bairros vizinhos de Bab al Tabbaneh, habitado por sunitas, e Jebel Mohsen, um reduto alauíta. Moradores disseram ter ouvido disparos de metralhadoras e bazucas desde o anoitecer de domingo e que franco-atiradores estiveram em ação durante todo o dia.
Na manhã de hoje, soldados amparados por tanques e veículos blindados foram enviados às ruas de Trípoli, que já registrou outros confrontos desde o início da guerra civil na Síria, há 19 meses.
Em nota, o Exército disse que prendeu cem pessoas desde domingo, dentro os quais 34 sírios e quatro palestinos, em uma operação destinada a retirar as armas das ruas. A nota também indicou que militares ocuparam imóveis de Beirute e
Trípoli onde atiradores se escondiam e armazenavam seus arsenais. Quinze membros das forças de segurança foram baleados nesta operação.
Leia também: Assad decreta anistia geral, mas exclui rebeldes
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Os distúrbios ocorreram entre os bairros vizinhos de Bab al Tabbaneh, habitado por sunitas, e Jebel Mohsen, um reduto alauíta. Moradores disseram ter ouvido disparos de metralhadoras e bazucas desde o anoitecer de domingo e que franco-atiradores estiveram em ação durante todo o dia.
Na manhã de hoje, soldados amparados por tanques e veículos blindados foram enviados às ruas de Trípoli, que já registrou outros confrontos desde o início da guerra civil na Síria, há 19 meses.
Em nota, o Exército disse que prendeu cem pessoas desde domingo, dentro os quais 34 sírios e quatro palestinos, em uma operação destinada a retirar as armas das ruas. A nota também indicou que militares ocuparam imóveis de Beirute e
Trípoli onde atiradores se escondiam e armazenavam seus arsenais. Quinze membros das forças de segurança foram baleados nesta operação.
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Wissam al-Hassan, chefe do serviço de
inteligência das Forças de Segurança Interna (FSI) no Líbano, era crítico do
regime sírio
Histórico - A violência no Líbano se acentuou depois que um atentado no centro de Beirute, na última sexta-feira, matou Wissam al Hassan, diretor nacional de segurança, e outras sete pessoas.
Na capital, a rotina começa a se normalizar após uma mobilização militar realizada ontem, que desmantelou barricadas e retirou das ruas os membros dos dois movimentos religiosos que trocaram tiros durante a madrugada de domingo.
O atentado e os confrontos armados subsequentes levaram a guerra civil síria para o coração do Líbano e desencadearam uma crise política. A oposição exige a deposição dos membros do gabinete do primeiro-ministro Najib Mikati, que é formado principalmente por ministros pró-Damasco.
Leia mais: Atentado em bairro cristão de Damasco deixa dez mortos
O Líbano ainda está se recuperando de uma guerra civil que durou 15 anos. O fim do conflito, em 1990, não significou o fim dos assassinatos e da tensão sectária entre sunitas, xiitas, cristãos e outros.
A rebelião na Síria é promovida principalmente por membros da maioria muçulmana sunita, que luta para derrubar o regime do alauíta Bashar al Assad.
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