Pular para o conteúdo principal

Síria anuncia suspensão temporária de operações militares


Cessar-fogo vale de amanhã até segunda-feira, mas tem série de condições


Franco-atirador do Exército Livre da Síria se posiciona para monitorar movimentos de soldados do governo
Franco-atirador do Exército Livre da Síria se posiciona para monitorar movimentos de soldados do governo

O Exército sírio suspenderá suas operações militares da manhã de sexta-feira até segunda-feira, segundo comunicado divulgado nesta quinta. O documento alerta, no entanto, que o regime poderá responder em caso de ataques rebeldes.





Entenda o caso


  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
  2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
  3. • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.



O comunicado traz ainda outras ressalvas, ao dizer que o Exército também poderá responder a “grupos terroristas tentando reforçar suas posições” e a países vizinhos que estejam facilitando a passagem de combatentes por suas fronteiras.

A trégua coincide com a festa muçulmana do Sacrifício (Eid al-Adha), celebrada entre os dias 26 e 29, e foi proposta pelo mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi.

Logo depois do anúncio, o principal grupo rebelde sírio, o Exército Livre da Síria (FSA) também aceitou suspender temporariamente as operações militares a partir da manhã de sexta-feira, porém com as mesmas ressalvas do regime. "Vamos respeitar o cessar-fogo a partir de amanhã de manhã se o exército sírio fizer o mesmo", disse o General Mustafa al-Sheikh. "Mas, se eles dispararem um único tiro, vamos responder com 100. Então nós nos reservamos o direito de responder".

A maioria da oposição vê o cessar-fogo com ceticismo, já que iniciativas semelhantes falharam no passado. “Baseados em nossa longa experiência com o regime bárbaro de Assad, sabemos que o governo sírio está apenas ganhando tempo e jogando com palavras”, disse George Sabra, do Conselho Nacional Sírio.

O Departamento de Estado americano afirmou ter esperanças de que tanto o governo sírio como a oposição respeitem o compromisso de cessar-fogo.

Ontem, o enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe havia anunciado que o governo sírio concordara com um cessar-fogo temporário, mas o Ministério de Relações Exteriores sírio avisou que a decisão final seria anunciada apenas nesta quinta. O mediador disse ainda que havia entrado em contato com alguns dos “grupos combatentes”, como ele se referiu aos rebeldes, e que a maioria também aceitara a trégua.

Saiba mais: Exército fala em trégua entre sunitas e alauítas em cidade libanesa

Reuters
Lakhdar Brahimi cumprimenta ditador sírio Bashar Assad durante sua visita a Damasco
Lakhdar Brahimi cumprimenta ditador sírio Bashar Assad durante sua visita a Damasco

Depois do anúncio de ontem, um dos grupos armados opositores que operam na Síria, o islamita Frente Al Nusra, disse que a trégua não será respeitada: “Entre nós e ele só há a espada”, disse o grupo, em comunicado. O Frente Al Nusra também reivindicou a autoria de vários atentados suicidas cometidos nos últimos meses em Damasco e Alepo.

Leia também: Assad decreta anistia geral, mas exclui rebeldes

O momento é de pessimismo entre os rebeldes, que dizem que o regime de Bashar Assad segue com os bombardeios. Nesta quinta, as forças do regime sírio intensificaram os bombardeiros em locais próximos a Damasco. Segundo os rebeldes, as tropas do governo têm atuado nos alvos principais do conflito, particularmente em Alepo. A agência de notícias estatal Syrian Arab noticiou confrontos também em Homs e Deir Ezzor

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular