Pular para o conteúdo principal

Lucro da Vale cai 57,8% no trimestre


Resultado positivo de R$ 3,328 bilhões, o mais baixo em mais de dois anos, foi afetado pela queda dos preços do minério de ferro 

MÔNICA CIARELLI , SERGIO TORRES / RIO , FERNANDA GUIMARÃES - O Estado de S.Paulo
A mineradora Vale anunciou ontem a queda de 57,8% em seu lucro líquido no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2011. O lucro obtido entre julho e setembro, de R$ 3,328 bilhões, é o menor desde o primeiro trimestre de 2010.

Em comparação com o segundo trimestre deste ano, a queda foi de 37,4%. Entre abril e junho, a Vale havia registrado lucro de R$ 5,3 bilhões.
A queda contínua do preço internacional do minério de ferro, a partir do último trimestre do ano passado, é o fator principal para a retração do lucro no intervalo entre julho e setembro passados, de acordo com informações da companhia.
"A Vale teve um desempenho financeiro no terceiro trimestre de 2012 que refletiu os desafios decorrentes da volatilidade dos preços em queda, que ocorre devido à desaceleração do crescimento econômico global, combinando os efeitos da demanda menor por minérios e metais com expectativas negativas", diz a mineradora no comunicado oficial do resultado do trimestre.
Investimentos. Os investimentos da Vale também estão em queda. O total do terceiro trimestre do ano foi de US$ 4,289 bilhões, quantia 5,3% menor do que a registrada em igual período do ano passado. Em relação ao trimestre anterior, a Vale registrou estabilidade, em US$ 4,287 bilhões.
No intervalo entre janeiro e setembro deste ano, os investimentos da Vale atingiram US$ 12,253 bilhões, o que significa um aumento de 8,4% em relação ao mesmo período de 2011. A quantia representa 57% dos US$ 21,4 bilhões programados para o ano inteiro.
Segundo a Vale, 73,7% do total investido foi empregado no financiamento da expansão da companhia. "É muito provável que 2012 seja o ano de pico de investimentos nos próximos anos", informou a empresa no comunicado
No terceiro trimestre, a Vale registrou uma receita operacional de R$ 22,2 bilhões, o que representa 7% a menos do que o verificado no mesmo período de 2011 (R$ 23,9 bilhões).
A produção foi outro item em decréscimo no terceiro trimestre. No período, a produção de minério de ferro somou 83,926 milhões de toneladas, queda de 4,5% em comparação ao mesmo trimestre de 2011. Já na comparação com o segundo trimestre, a produção cresceu 4,2%.
Preços. A Vale operou no terceiro trimestre passado com um preço médio do minério de ferro a US$ 83,69 por tonelada. O valor é 44,67% inferior aos US$ 151,26 praticados no mesmo período do ano passado. Frente ao trimestre anterior, o preço médio caiu 18,98%. O preço da pelota no período ficou em US$ 140,98 por tonelada - 31,49% mais baixo do que o registrado no terceiro trimestre de 2011. O preço ficou 11,33% abaixo do apurado no trimestre anterior.
A participação da China nas vendas de minério de ferro e pelotas da Vale subiu para 49,1% no terceiro trimestre. No segundo trimestre, a participação foi de 43,7% e no mesmo período do ano passado, de 45,3%. A China comprou 38,344 milhões de toneladas no período.
O balanço da mineradora mostra que a participação da Europa caiu para 17,9%, contra 19,6% apurados no trimestre anterior. Já a fatia de vendas para o Japão aumentou para 10,9%, contra os 9,5% do segundo trimestre.
Os custos com produtos vendidos da Vale no terceiro trimestre do ano ficaram em US$ 6,128 bilhões, queda de 2% em relação ao registrado no mesmo período de 2011. Em relação ao trimestre imediatamente anterior houve um aumento de 1,87%.
Segundo a Vale, os custos e despesas no trimestre passado foram impactados pelas provisões de imposto sobre mineração. O gasto com o pagamento dos royalties de mineração no Brasil, com a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), somou US$ 542 milhões.
De acordo com a empresa, foram contabilizados em outras despesas operacionais, dada a mudança na avaliação de perda associada com a dedução do custo de transporte da base da receita sujeita à CFEM.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular