Bankia tem prejuízo de 2,6 bilhões de euros no 3º trimestre
Um dos maiores bancos espanhois, que foi nacionalizado, sofre fortemente os efeitos da crise no mercado imobiliário espanhol
Ex-presidente do banco
Bankia, Rodrigo Rato. O banco, nacionalizado ao receber esta ajuda, acumula
perdas líquidas de 7,05 bilhões de euros de janeiro a setembro.
O quarto banco espanhol por ativos, Bankia, cujo resgate público de mais de 20 bilhões de euros acelerou uma ajuda europeia aos bancos espanhóis, anunciou nesta sexta-feira novas grandes perdas de 2,6 bilhões de euros no terceiro trimestre de 2012, acumulando 7,05 bilhões em perdas até setembro.
Muito exposto ao setor imobiliário, o Bankia
recebeu, em setembro, 4,5
bilhões de euros do fundo de ajuda pública ao setor, para cobrir
perdas de 4,45
bilhões de euros no primeiro semestre. O banco nacionalizado, que
no total receberá 23,5 bilhões de euros de ajuda pública, tinha revisado suas
contas de 2011 e anunciou uma perda líquida de 2,979 bilhões de euros este
ano.
Detalhes - Seguindo as exigências das autoridades espanholas, comprometidas com o saneamento do setor financeiro, o Bankia fez provisões de 4,015 bilhões de euros no terceiro trimestre de 2012, somando 11,485 bilhões nos nove primeiros meses do ano.
Segundo comunicado do banco publicado pela Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), estas dotações cobriam, no dia 30 de setembro, mais de 75% das provisões requeridas pelas autoridades. As autoridades espanholas obrigaram os bancos a fazer provisões de mais de 80 bilhões de euros em 2012, para se proteger dos ativos imobiliários de risco, que se multiplicaram após o estouro da bolha do setor em 2008.
A taxa de inadimplência de Bankia, em grande parte inflada por créditos imobiliários não reembolsados há mais de três meses, subiu para 13,3%, muito acima da média recorde dos bancos espanhóis, em cujos balanços um em cada dez créditos é de reembolso duvidoso.
O anúncio do resgate de Bankia em maio antecipou no mês seguinte o pedido espanhol de um plano europeu de resgate para o setor bancário, que, segundo o governo, necessitará de 40 bilhões de euros.
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