CNJ investiga ministro do STJ por relação com empreiteiro
Ministro Benedito Gonçalves mantinha estreita relação com o empreiteiro Léo Pinheiro, sócio da construtora OAS, investigado na Lava Jato
O processo contra o ministro Benedito Gonçalves é sigiloso, mas no pedido de providências o magistrado foi intimado para apresentar defesa escrita para esclarecer a proximidade com o empreiteiro e possíveis laços de tráfico de influência.
VEJA teve acesso a um relatório produzido pelos investigadores da Operação Lava Jato e que demonstra, entre os telefones apreendidos com Léo Pinheiro, que Benedito Gonçalves aparece marcando encontros com o empreiteiro em São Paulo e no Rio de Janeiro e combinando a ida à festa de aniversário de Toffoli. Em outra mensagem, um dia após a reeleição de Dilma Rousseff, o ministro do STJ comenta o resultado eleitoral e dá indicativos de que o empreiteiro, amigo íntimo do ex-presidente Lula, poderia trabalhar para que ele conseguisse ser nomeado para o STF, a maior corte do país.
Benedito escreve a Léo Pinheiro: "Meu amigo, parabéns o ano 2015 começou ontem. Agora preciso da sua ajuda valiosa para meu projeto'. Para os investigadores, o projeto a que ele se refere é a nomeação para o Supremo. Gonçalves era cotado para assumir a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, agora a ser preenchida pelo gaúcho Luiz Edson Fachin, aprovado nesta terça-feira pelo plenário do Senado.
Desde que o caso foi revelado, parlamentares de oposição cobram esclarecimento dos ministros José Antonio Dias Toffoli e Benedito Gonçalves sobre a relação mantida com o empreiteiro Léo Pinheiro, réu em um processo que trata do desvio de bilhões de reais e do suborno de políticos no escândalo do petrolão.
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