Pular para o conteúdo principal

Menor assassino não é problema social, diz Eduardo Paes

Prefeito do Rio afirma que a região turística da Lagoa, onde ciclista morreu esfaqueado, 'não é mal cuidada' e que 'jovens infratores são caso de polícia'

Prefeito Eduardo Paes desconhecia parceria anunciada pelo governador Luiz Fernando Pezão
Prefeito Eduardo Paes ao lado do governador Luiz Fernando Pezão
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), disse nesta quinta-feira que os menores suspeitos de matarem a facadas o médico e ciclista Jaime Gold, de 57 anos, precisam ser tratados como "delinquentes". "O que a gente vê nesses casos é uma pessoa que sai armada de uma faca, agride, a ponto de levar essa pessoa à morte. É um delinquente que tem que ser tratado com a dureza da força policial. Não tem jeito. Isso não é um problema social", disse o prefeito. Responsável pela política de Segurança Pública no Rio, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), aliado de Paes, preferiu criticar a liberação de menores infratores pela Justiça em reação ao latrocínio. Pezão disse que apenas ação das polícias Civil e Militar não era o bastante para evitar os crimes.
Mulher fica ferida em mais um ataque a facadas no Rio
Número de assaltos no Rio é o segundo maior em 10 anos
Nesta quinta, um adolescente de 16 anos foi apreendido pela polícia suspeito de participação no crime na Lagoa Rodrigo de Freitas, área nobre na Zona Sul do Rio. "Criança, menor, praticando crime é um problema de polícia, não é um problema social. O poder público tem a responsabilidade de acolher, mas quando você tem alguém esfaqueando a ponto de matar, isso deixa de ser um problema social e passa a ser uma ação criminosa", defendeu. "A gente precisa diferenciar o delinquente do problema social. Não se pode justificar tudo pelo problema social."
Na avaliação de Paes, muitas vezes crimes são atenuados com a justificativa de que são praticados por menores de rua ou em situação de vulnerabilidade social, o que nem sempre é o caso. "Isso ficou claro naquele episódio que teve na Rio Branco que a TV Globo mostrou e se dizia 'ah, o menor, o problema social', e depois se viu que ele tinha 24 anos na cara e estava pela Avenida Rio Branco esfaqueando. Quando a polícia entrou acabou essa história", destacou o prefeito, lembrando do caso recente de um homem que sofreu facadas numa parada de ônibus. "A gente tem desafios enormes no Rio no campo social, mas isso não pode justificar tudo. Isso levou o Rio a muitos problemas no passado."
Sobre as críticas à insegurança na região da Lagoa, um ponto turístico do Rio, Paes disse que "não é um lugar mal cuidado". Ele disse que a iluminação, uma responsabilidade da prefeitura, foi trocada há cerca de dois anos, com a instalação de postes abaixo da copa das árvores e com luzes de Led. No entanto, os assaltos e furtos continuam a ocorrer. No mês passado, outro ciclista de 14 anos também havia sido esfaqueado na ciclovia da Lagoa, uma das mais movimentadas da cidade, e um homem recebeu golpes de faca durante um assalto em Ipanema, perto dali. Recentemente, uma mulher também foi vítima de facadas em Laranjeiras. No Centro do Rio, na Avenida Rio Branco, três jovens tentaram roubar o cordão de um homem de 52 anos e desferiram quatro facadas nele no início deste mês. E nesta quarta, após a morte de Jaime Gold, uma mulher de 31 anos foi esfaqueada durante um assalto em São Conrado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular