Futura visita de Obama ao Quênia provoca críticas no país
Quenianos acham que a presença do presidente americano vai incentivar terroristas a atacarem. População também se revolta com os gastos para garantir a segurança de Obama
A visita vai acontecer, além disso, quase três meses depois do pior atentado do grupo jihadista somali Al Shabab no país, que matou 148 pessoas durante o ataque a uma universidade em Garissa. A ameaça do Al Shabab, que pende sobre o Quênia desde a entrada de tropas do país na Somália em 2001, faz com que alguns quenianos se perguntem se é oportuna a visita do presidente americano e se o grupo poderia tentar promover atentados durante a estadia de Obama.
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Outra frente de oposição veio de uma facção muito diferente, e também por motivos muito diferentes: o Comitê Inter-Religioso do Quênia e alguns parlamentares, que resolveram organizar protestos em todo o país para que Obama censure determinados temas durante sua visita. "Queremos enviar uma forte mensagem ao presidente dos Estados Unidos. O debate sobre a homossexualidade não deve ser parte de sua agenda, como já o foi cada vez que vem à África", declarou recentemente o bispo da Igreja Evangélica de Nairóbi, Mark Kariuki. Os protestos expressarão o descontentamento de religiosos quenianos "pela forma como o governo dos Estados Unidos esteve pressionando os países africanos pelos direitos dos homossexuais".
O governo queniano, em um comunicado em seu portal, insistiu que a visita do presidente americano, que acontece poucos meses depois da já realizada por seu secretário de Estado, Jonh Kerry, demonstra que o país é "um destino seguro" para o turismo e "levantará" a receita dessa indústria. "Existem relatórios do governo do Quênia assinalando que a segurança melhorou. A esperada visita do presidente americano acrescenta credibilidade a esta confiança", assinalou o governo. Estes argumentos foram apoiados por outros tantos cidadãos nas redes sociais, que também ressaltam com orgulho "a origem queniana" do líder americano. O pai de Obama, que também se chamava Barack, era queniano e durante sua visita ao Quênia, o presidente planeja visitar sua avó paterna, que tem mais de 90 anos e vive em Kogelo, no oeste do país.
Alheio à onda de críticas, Obama reiterou sua intenção de visitar o país para participar do Congresso de Empreendedores que espera arrecadar pelo menos 1 bilhão de dólares (3 bilhões de reais) em investimentos para 2017. "A pobreza por si só não causa o terrorismo ou a violência sectária, mas os investimentos em empreendimento e educação para os jovens são alguns dos melhores antídotos que temos para esse tipo de transtorno", argumentou Obama.
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