Em áudio, Graça Foster fala em 'gestão temerária' na Petrobras
Em reunião tensa do Conselho, ex-presidente da Petrobras bateu boca com Miriam Belchior em relação ao balanço do terceiro trimestre de 2014
Na reunião, o colegiado discutia uma forma de estimar as perdas com a corrupção e o superfaturamento de obras descobertos na Operação Lava Jato. O objetivo era a publicação do balanço contábil do terceiro trimestre da estatal. Em rota de colisão com outros conselheiros, Graça defendeu a publicação de notas explicativas que indicavam, naquele momento, a necessidade de baixar 88 bilhões de reais dos ativos da empresa. Dias depois, contrariada com a divulgação do valor, a presidente Dilma Rousseff acertou com a executiva a renúncia dela e de mais cinco diretores.
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À época, o colegiado era presidido pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Em nota ao Estado, Dilma justificou que só aprovou o negócio porque o resumo executivo apresentado pelo então diretor Internacional, Nestor Cerveró, omitia cláusulas do negócio consideradas prejudiciais.
Miriam reclamou que, a exemplo do que teria ocorrido naquela época, Graça não levou à reunião de janeiro informações para o debate sobre o balanço da estatal e que fora surpreendida por dados apresentados por auditores da PricewaterhouseCoopers (PwC), responsável por assinar as demonstrações contábeis da companhia.
"Assusta a gente a informação não ter vindo para a mesa. Aí você se lembra de Pasadena", protestou Miriam. "Não nos confunda com Pasadena. Não nos ofenda", protestou Graça, acrescentando: "Se há dúvida, demita a diretoria".
Na reunião, Graça afirmou que, quando assumiu a função, colocou em curso um programa para resolver "uma série" de falhas "que a empresa tinha, de coisas malfeitas", que ela não aceitava. "Já tenho um monte de problemas decorrentes de gestão temerária de outros colegas", disse, sem citar nomes.
(Com Estadão Conteúdo)
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