Pular para o conteúdo principal

Comissão da Petrobras aponta irregularidades em licitações de refinaria

Problemas envolvem as obras na refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná

Refinaria Presidente Vargas
Refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná.
Três integrantes da comissão interna da Petrobras que investiga irregularidades nas obras de modernização da refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, disseram nesta quarta-feira ao juiz Sergio Moro terem encontrado "inconformidades" no projeto. Os principais problemas são a inclusão de empresas na licitação, mesmo após a concorrência já ter sido iniciada, e a aceitação de projetos-base "imaturos", que depois necessariamente passariam por aditivos e aumentos de prazo.
Os depoentes destacaram que as empresas Alusa Engenharia e Construcap, integrantes do clube do bilhão de empreiteiras, foram incluídas na obra de forma irregular, com a licitação já em andamento. A declaração dos funcionários da comissão interna da Petrobras reforça o entendimento do Ministério do Público de fraude em licitações e combinação prévia de empresas para disputar projetos da estatal.
LEIA TAMBÉM:
Propina beneficiou PT e PP, diz executivo da Camargo Corrêa
Delatores envolvem Vaccari e confirmam pagamentos milionários
"A não conformidade foi a imaturidade dos projetos, que aumentaram custo e prazo. A Petrobras foi a mercado mesmo sabendo, de antemão, que teria de acrescentar itens ao contrato", disse o gerente geral de Projetos de Energia e Infraestrutura Wilson Cezar Brasil Junior, que integra a comissão interna de apuração da Repar.
O gerente geral de Abastecimento e Refino Wilson Carvalho Macedo, coordenador da comissão interna, disse que houve uma série de procedimentos internos descumpridos na Repar, com a inclusão de empresas que não atendiam critérios básicos de seleção. Os depoentes, porém, disseram que não faz parte da investigação deles o pagamento de propina a ex-gerentes da estatal, como Paulo Roberto Costa ou Renato Duque.
Cinco consórcios de empreiteiras foram contratados pela Petrobras para as obras na Repar por 7,5 bilhões de reais. Segundo a Polícia Federal, as planilhas dos contratos têm sobrepreço de 1,4 bilhão de reais. Os procuradores sustentam que parte do dinheiro pago às construtoras na Repar pode ter sido repassado a empresas suspeitas de integrar o esquema, como teria ocorrido na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Ao quebrar o sigilo da MO Consultoria, uma das empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, investigadores detectaram um depósito de 617.000 reais da construtora OAS, uma das empresas que integra o consórcio Conpar, que detém um dos contratos para obras na Repar. O MP aponta ainda repasse de 3,6 milhões de reais da Repar à Sanko Sider, empresa citada na operação Lava-Jato como peça do esquema de desvios na Petrobras

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.