Pular para o conteúdo principal

Senado começa a votar nesta terça MPs que cortam benefícios e aumentam impostos

A Medida Provisória 665, que restringe o acesso a benefícios trabalhistas, deve ser votada sem alterações, segundo parlamentares governistas

Senador Renan Calheiros (PMDB-AL), durante cerimônia de posse no plenário da Casa - 01/02/2015
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado(Reuters)
Depois dos sinais de insatisfação do ministro Joaquim Levy com o corte orçamentário anunciado na sexta-feira e os rumores de ânimos exaltados dentro da cúpula do governo, o Senado começa a votar nesta terça a primeira das três Medidas Provisórias que compõem o pacote fiscal. A MP 665, aprovada na Câmara há duas semanas, começou a ser discutida por senadores na última quarta-feira, quando um grupo de parlamentares governistas decidiu se insurgir e apresentou um manifesto contra a proposta. Temendo a falta de quórum para a votação, o presidente do Senado, Renan Calheiros, adiou a votação para esta semana. A MP restringe o acesso a benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego.
Também ao longo desta semana, o Senado terá de apreciar as MPs 664 e 668. A primeira muda as regras de acesso benefícios previdenciários, como pensão por morte, enquanto a segunda eleva o imposto sobre alguns produtos importados, como cosméticos. A MP 664 contém ainda uma emenda que flexibiliza o fator previdenciário, que é o cálculo estabelecido no governo FHC que dificulta a aposentadoria precoce. Caso seja mantida pelos senadores, a emenda pode ser um peso extra na conta do ajuste fiscal, pois permitirá que alguns contribuintes se aposentem antes da idade mínima (60 anos para mulheres e 65 para homens). O ministro Joaquim Levy já sinalizou que, se a flexibilização for aprovada, um novo aumento de imposto poderá surgir para equacionar as perdas.
LEIA TAMBÉM:
Com ajuste fiscal, brasileiro terá que pagar R$ 47 bi a mais em tributos
Saiba quais são as principais mudanças definidas na MP 665
As três MPs caducam em 1º de junho. Por isso precisam ser votadas ainda nesta semana. Em coletiva à imprensa na noite de segunda-feira, o ministro da Previdência, Carlos Gabas, afirmou que, caso os senadores decidam fazer alterações no texto e ele tenha de ser remetido à Câmara dos Deputados para nova votação, a liderança do governo se ocupará de votar rapidamente as mudanças. "A informação que nós temos da liderança do governo na Câmara é que há um compromisso de que, se o Senado alterar, a Câmara para tudo que está votando e vota a alteração do Senado", disse Gabas.
Contudo, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), disse que não haverá problemas para aprovar a matéria. "Combinamos todos os encaminhamentos com o governo. A 665 vamos só votar", garantiu. Para a MP 664, o senador afirmou também já ter acordo. A intenção é aprovar o texto tal como veio da Câmara dos Deputados, ou seja, com a emenda que inclui o fim do fator previdenciário. O governo já sinalizou que a presidente Dilma pode vetar a flexibilização do cálculo.
LEIA TAMBÉM:
Ajuste fiscal deve ser garantido com aumento de impostos
Levy aumenta a lista de impostos que podem ter alta neste ano
Já o aumento dos tributos incidentes sobre a importação deverá ser o último a ser votado. Segundo cálculos da Fazenda, a elevação deve proporcionar arrecadação extra de 694 milhões de reais em 2015 e de 1,19 bilhão de reais anualizada.
Dissidentes - O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), minimizou nesta segunda-feira o fato de senadores da sigla terem se manifestado contra a aprovação das medidas provisórias do ajuste fiscal. Segundo ele, as dissidências na bancada petista são insignificantes. "O PT vai votar, na sua maioria esmagadora, pelas duas medidas provisórias. E vamos trabalhar os potenciais dissidentes para que votem também. Se vai ser possível ou não, não sei. Mas esse número é muito insignificante diante do tamanho da bancada", disse.
Na reunião da articulação política desta segunda-feira, o vice-presidente Michel Temer disse à presidente Dilma Rousseff que o governo teria de cobrar que o PT votasse unido a favor da aprovação das MPs no Senado esta semana.
Para convencer os que são contra as MPs, o líder do PT no Senado argumentará que, se as medidas forem aprovadas, o contingenciamento anunciado pelo governo na última sexta-feira pode ser reduzido ao longo do ano. "Se as MPs tivessem sido aprovadas já, o contingenciamento teria sido menor. Como é algo que pode ser modificado ao longo da execução orçamentária, vamos bater na tecla de que a aprovação dessas medidas faz com que o contingenciamento possa ser diminuído ao longo do ano", disse.
O argumento de Costa, no entanto, não condiz com o que tem afirmado o ministro da Fazenda. Levy disse, na segunda-feira, que as previsões "otimistas" de alguns membros do governo sobre o ajuste fiscal estavam "erradas". Segundo o ministro, o esforço precisa ser total para que se consiga atingir a meta de economia para o pagamento dos juros da dívida, cujo valor está fixado em cerca de 60 bilhões de reais.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p