Acordo de Hawilla com a Justiça dos EUA supera US$ 151 mi e prevê venda da Traffic
Documento assinado em dezembro do ano passado detalha o acordo feito pelo empresário com a Justiça dos Estados Unidos para escapar da cadeia
A primeira parcela, no montante de 25 milhões de dólares, foi paga em 12 de dezembro do ano passado, quando Hawilla assinou o termo de confissão. Do total, 19 milhões de dólares foram transferidos por meio de um empréstimo contratado junto ao Banco ABC, e tem a empresa de Hawilla, a Traffic, como avalista. Em dezembro de 2015, o empresário terá de pagar outros 75 milhões de dólares à Justiça americana. Os 51 milhões de dólares restantes ficam para 2016. Seus filhos, Stefano e Rafael Hawilla, tentam vender os ativos da família para chegar a esse montante. Caso não consigam, a Justiça americana determina a venda da Traffic e suas subsidiárias nos Estados Unidos e Europa pelo valor base de 126 milhões de dólares. Se a família conseguir negociar a venda da empresa por valor inferior, terá de completar o montante. Caso o valor da venda seja superior aos 126 milhões, o montante extra também deve ser transferido aos Estados Unidos.
De acordo com o documento, além dos 151 milhões de dólares, Hawilla deve repassar à Justiça todos os ganhos que a Traffic obtiver com os quatro contratos investigados na operação do FBI - e que ainda estão vigentes. O órgão americano apurou pagamento de propina nos contratos feitos pela empresa com a Fifa para a Copa América Centenário, firmado em maio de 2013, a Copa de Ouro e a Liga dos Campeões (torneios na América Central), assinados em novembro de 2012 e 2013, respectivamente, e o contrato da Copa do Brasil, de agosto de 2012. Esse último inclui ainda contratos anteriores que foram incorporados por se tratarem de um mesmo evento.
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O esquema - A operação deflagrada na quinta-feira teve como alvo principalmente dirigentes da América Latina. A Justiça americana indicou que parte das propinas investigadas se referiam à organização da Copa do Brasil, Copa Libertadores da América e Copa América. Os dirigentes das federações de futebol presos em Zurique são: Jeffrey Webb (presidente da Concacaf), Eduardo Li (presidente da Federação Costarriquenha), Julio Rocha (presidente da federação da Nicarágua), Costas Takkas (ex-secretário geral da federação das Ilhas Cayman), Rafael Esquivel (presidente da federação venezuelana) e Eugenio Figueiredo (ex-presidente da Conmebol).
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"A acusação alega que a corrupção é desenfreada, sistêmica, e que está enraizada tanto no exterior quanto nos Estados Unidos", disse procuradora-geral da Justiça americana Loretta Lynch. A nota oficial da entidade americana informava que Hawilla, da Traffic, agência detentora de direitos de transmissão e parceira da CBF, estava diretamente envolvido no caso de suborno.
As acusações também apontam para o recebimento de propinas em troca de apoio nas eleições das sedes das Copas de 2018 e 2022. Os países escolhidos nesses anos foram Rússia e Catar.
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