Procuradores vão à Suíça em busca do dinheiro desviado por Costa
Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras já teve bloqueados 23 milhões de dólares no país europeu. Autoridades suíças vão entregar extratos de contas
Paulo Roberto Costa, delator do petrolão (Reuters)
As autoridades suíças bloquearam 23 milhões de dólares distribuídos em contas do ex-diretor da Petrobras. A Procuradoria do país também reteve cerca de 5 milhões de dólares depositados em contas atribuídas a parentes do ex-diretor. As duas filhas de Costa, Arianna e Shanni Bachmann, e os genros Márcio Lewkowicz e Humberto Mesquita seriam os donos dos recursos. Em depoimento prestado no acordo de delação premiada que selou com a Justiça, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que os 23 milhões de dólares foram depositados pela empreiteira Odebrecht.
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O dinheiro foi depositado nas contas de Costa entre 2010 e 2011 - período em que ele era responsável pelas obras na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Os contratos da refinaria Abreu e Lima são alvo da Justiça no âmbito da Lava Jato, que investiga as ligações entre o grupo liderado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras e empreiteiras que prestam serviços para a estatal. A principal acusação é de que houve desvio de dinheiro da estatal por meio de contratos de consultoria com empresas de fachada.
A licitação para as obras de Abreu e Lima foi vencida pelo Consórcio Nacional Camargo Corrêa (CNCC). Já o consórcio formado pela Odebrecht e a OAS venceu o terceiro maior contrato de obras da refinaria. O projeto da refinaria, no município de Ipojuca, foi orçado inicialmente em 2,5 bilhões de reais. Mas, atualmente, apresenta orçamento de 20 bilhões de reais — o que a torna uma das refinarias mais caras do mundo.
O Tribunal de Contas da União (TCU) afirma que a Petrobras fez um pagamento indevido de 242,8 milhões de reais para empreiteiras responsáveis por executar quatro contratos da refinaria. A informação consta do relatório apresentado pelo ministro-relator José Jorge, que destacou a Abreu e Lima como um "caso péssimo" na história da estatal. Além do valor já pago, ainda existe um saldo de 124,9 milhões de reais devido às empreiteiras e que, segundo o TCU, se refere a um reajuste de preços feito em "condições inadequadas". Com isso, a soma apontada como superfaturamento é de 367 milhões de reais.
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