Pular para o conteúdo principal

Executivo diz ter pago propina de R$ 5 mi a emissário da Diretoria de Serviços

Segundo jornal, Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, repassou o dinheiro a Shinko Nakandakari, que trabalhava com Pedro Barusco

Em depoimento à Polícia Federal, o presidente da divisão industrial da construtora Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, afirmou que recolheu propina de 5 milhões de reais destinada à Diretoria de Serviços da Petrobras, à época comandada por Renato Duque, indicado por José Dirceu ao cargo, e que tinha como gerente-geral Pedro Barusco, que já firmou acordo de delação premiada com a Justiça. O dinheiro foi pago a Shinko Nakandakari, apontado como emissário de Barusco. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Leia também:
E-mails provam que Lula e Dilma poderiam ter interrompido o propinoduto
Líder da oposição pede convocação de Dilma e Lula na CPI da Petrobras

De acordo com a reportagem, a construtora tem provas do pagamento. E vai apresentá-las à Justiça. À PF, Medeiros Fonseca afirmou que o pagamento foi feito a Shinko Nakandari, o nome correto do executivo, porém, é Nakandakari. Segundo o empresário, o funcionário da estatal atuava com Barusco e desempenhava na gestão de Duque papel semelhante ao do doleiro Alberto Youssef nas obras tocadas pela diretoria de Abastecimento, então comandada por Paulo Roberto Costa: Nakandakari era encarregado da 'contabilidade' da propina a ser paga nos contratos da Galvão com a Petrobras.
Medeiros da Fonseca já havia admitido ter pagado propina no esquema de corrupção operado na Petrobras. Segundo ele, o dinheiro foi destinado ao PP. O executivo afirma, contudo, ter sido extorquido pela dupla a fazer o pagamento. De acordo com o executivo, Youssef e Costa teriam afirmado que, caso a propina não fosse paga, a empreiteira seria prejudicada pela estatal nos contratos em andamento.
Leia mais:
MP quer ressarcir Petrobras com imóveis de executivos
As contas bancárias dos integrantes do clube do bilhão

Fonseca afirmou ainda que, em 2010, havia sido procurado pelo mensaleiro José Janene, que comandava o esquema de propinas ao PP. Depois da morte do deputado, em setembro daquele ano, Youssef e Costa assumiram os trabalhos. O empresário disse estar disposto a fazer uma acareação com o doleiro e o ex-diretor.
Empreiteiras – À PF, Costa revelou que a organização criminosa que operava na estatal era muito mais sofisticada do que parecia. Segundo ele, havia um cartel de grandes empreiteiras que escolhia as obras, decidia quem as executaria e fixava os preços. Era como se a companhia tivesse uma administração paraestatal. O ex-diretor listou oito empreiteiras envolvidas no cartel: Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Galvão Engenharia, Iesa, Engevix, Mendes Junior e UTC – e os nomes de seus interlocutores em cada uma delas. As empreiteiras superfaturavam os custos e repassavam até 3% do valor dos contratos para os “agentes políticos”. No caso da diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa, o dinheiro desviado era dividido entre o PT, o PMDB e o PP.
De acordo com as investigações, Costa e Youssef organizaram um esquema de desvio de recursos da estatal para enriquecimento próprio e para abastecer o bolso de políticos e partidos da base aliada. Isso era feito com a assinatura de contratos fictícios, simulando a prestação de serviços entre empresas de fachada e as empreiteiras envolvidas, sempre com a finalidade de dar aparência legítima ao dinheiro desviado. Como revelou VEJA, o ex-diretor Paulo Roberto Costa apontou pelo menos três governadores, um ministro, seis senadores, 25 deputados federais e três partidos políticos (PT, PMDB e PP) como beneficiados pelas verbas desviadas. Eles recebiam 3% de comissão sobre o valor de contratos da petrolífera, de acordo com os depoimentos de Costa prestados no acordo de delação premiada

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p