Em resposta à ataque, Netanyahu ordena destruição das casas de terroristas
Terroristas palestinos que mataram quatro israelenses eram primos e viviam em Jerusalém Oriental
Cena do ataque em que dois suspeitos palestinos armados com machados e facas mataram ao menos quatro pessoas em uma sinagoga de Jerusalém
Os dois terroristas foram identificados como os primos Odai Abed Abu Jamal, de 22 anos, e Ghassan Muhammad Abu Jamal, de 32. Eles eram moradores do bairro de Jabal Mukaber, em Jerusalém Oriental. Parentes afirmaram que eles estavam revoltados com ações israelenses que, segundo eles, ameaçavam a Esplanada das Mesquitas, um dos locais mais sagrados do Islamismo. Os dois foram mortos pela polícia em uma troca de tiros, logo depois de atacarem os frequentadores da sinagoga com golpes de faca, machado e tiros. Foi o maior atentado contra cidadãos israelenses em três anos, de acordo com o The New York Times.
Em um discurso na televisão que foi ao ar nesta tarde, Netanyahu acusou o grupo terrorista Hamas e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) de incitarem o ataque. "Estamos no meio de uma onda de ataques terroristas. Esses animais que cometeram esse massacre vieram carregados de ódio contra o povo judeu e o Estado [israelense]", disse. Netanyahu disse que a resposta ao terrorismo vai ser dura, mas também pediu para que os israelenses não cometam atos isolados de vingança contra os palestinos. "Ninguém deve fazer justiça com as próprias mãos."
As vítimas foram identificadas como o rabino Moshe Twersky, de 59 anos; Arieh Kupinsky, de 43; Kalman Levine, de 55, e Avraham Goldberg, de 68. Todos tinham dupla nacionalidade. Os três primeiros tinham cidadania americana, e o quarto, britânica. Os quatro moravam na mesma rua do bairro Har Nof. Eles deixam quatro viúvas e 24 filhos. Yosef Posternak, uma das testemunhas do ataque, disse à rede BBC, que 25 pessoas rezavam no local no momento do ataque. Seis pessoas ficaram feridas.
Fotos e vídeos publicados em sites israelenses mostram que mesas, livros e o chão da sinagoga ficaram cobertos de sangue das vítimas do ataque.
O funeral de três das vítimas, que foi realizado horas depois do ataque, atraiu milhares de pessoas em Jerusalém.
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Repercussão — O presidente dos EUA, Barack Obama, condenou os ataques em um comunicado. "Não há justificativa para esse tipo de ataque contra civis inocentes", disse. Depois do ataque, jornais israelenses e agências de notícias começaram a informar choques entre palestinos e israelenses. Em Nablus, na Cisjordânia, um grupo de palestinos atirou pedras contra policiais israelenses. Em Jerusalém, um palestino ficou ferido depois de ser agredido por três homens com uma arma branca no bairro de Musrara, junto à conhecida 'Linha Verde' que divide a parte leste da oeste da cidade, informou a polícia israelense.
O grupo palestino Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), que assumiu o ataque, foi fundado em 1967 e tem como missão a destruição de Israel. Em suas primeiras décadas o grupo se notabilizou por sequestrar aviões comerciais e por assassinar o ministro do Turismo israelense Rehavam Zeevi, em 2001. Nos últimos anos, o grupo vinha sendo eclipsado por organizações mais ativas como o Hamas. Seu líder, Ahmed Sadat, foi preso pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) em 2002. Quatro anos depois, tropas israelenses invadiram a prisão onde ele estava sendo mantido e o levaram para cumprir pena em Israel.
Apesar da afirmação do FPLP, a polícia israelense ainda investiga se os dois primos palestinos eram mesmo afiliados ao grupo ou a alguma outra organização.
Outros grupos terroristas palestinos, como o Hamas, comemoraram o ataque. Páginas do grupo em redes sociais chegaram a publicar charges. Em Gaza, militantes dispararam tiros para o ar para celebrar a chacina.
Nas últimas semanas, cinco judeus israelenses e um visitante estrangeiro foram deliberadamente atropelados e mortos ou esfaqueados por palestinos.
A tensão entre israelenses e palestinos na região aumentou no último mês, em meio a uma disputa pelo santuário sagrado de Jerusalém. A Esplanada das Mesquitas, conhecida pelos israelenses como Monte do Templo, foi palco de confrontos no início deste mês. Forças de segurança israelenses chegaram a lançar bombas de efeito moral na mesquita para reprimir protestos provocados pela visita de judeus ultranacionalistas. Autorizadas pelo governo israelense, essas visitas são consideradas uma provocação pelos muçulmanos.
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