Pular para o conteúdo principal

Francês aparece como um dos terroristas em vídeo de decapitações do EI

Autoridades disseram que 'provas circunstanciais' apontam para implicação de francês na selvageria. Ministro faz apelo para que jovens 'abram os olhos'

Em vídeo, EI afirma ter feito decapitação em massa de soldados sírios
Em vídeo, EI afirma ter feito decapitação em massa de soldados sírios (AFP)
(Atualizado às 17h42)
Um jovem francês é um dos terroristas que aparece no vídeo divulgado pelo Estado Islâmico neste domingo, com as bárbaras decapitações de um refém americano e de soldados sírios. A promotoria de Paris mencionou “provas circunstanciais” para confirmar a implicação de um cidadão francês na selvageria.
Questionado sobre a informação, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou haver uma “probabilidade muito forte” da participação direta de um francês nas execuções. Os indícios são de que Maxime Hauchard, nascido em 1992, é a pessoa que aparece nas imagens.
Leia também:
Americano pode ter desafiado terroristas antes de ser decapitado
Obama condena execução de refém pelo EI: 'pura maldade'
EUA aceleram missão de treinamento de tropas iraquianas contra o EI
O francês, que se converteu ao Islã aos 17 anos, foi para a Síria em 2013, depois de passar um período na Mauritânia. Ele já estava na mira das autoridades francesas. A promotoria de Paris abriu uma investigação preliminar em agosto contra Hauchard. Um mandato de busca chegou a ser emitido, mas não um mandado de prisão internacional. Investigações estão em curso para verificar se um segundo francês também aparece nas imagens.
O procurador de Paris, François Molins, afirmou na noite desta segunda-feira que determinou a abertura de um inquérito para apurar a participação dos dois franceses em um "homicídio por motivos de terrorismo". Ele afirmou que um total de 1.132 franceses são suspeitos de ligação com movimentos jihadistas e que 376 estão na Síria e no Iraque. Entre eles estão 88 mulheres e dez menores de 18 anos.
Em julho, Hauchard concedeu uma entrevista à emissora de televisão francesa BFM e disse ter ajudado na captura de Mosul, a cidade iraquiana cuja queda levou os Estados Unidos a retomarem suas operações militares no Iraque. Na entrevista, o jihadista disse estar esperando ansiosamente pela morte. "Do meu ponto de vista pessoal, meu objetivo é ser um mártir”.
Um britânico também estaria entre os jihadistas que aparecem no vídeo. Nasser Muthana juntou-se ao Estado Islâmico e aparece em um vídeo de recrutamento divulgado em junho. Ele teria ido para a Síria no mesmo mês, junto com o irmão Aseel. Nesta segunda, o pai de Nasser, Ahmed Muthana, disse não ter certeza de que é o seu filho nas imagens. “Parece ele. Eu vi uma foto do vídeo. Não posso confirmar, mas acho que pode ser”, disse, em declarações reproduzidas pelo New York Times.
Leia mais:
Contrapropaganda tenta dissuadir jovens de se unir ao EI
'Subcultura jihadista' seduz jovens e engrossa fileiras do terror do Estado Islâmico
Alerta – Ao falar sobre o caso, o ministro Cazeneuve pediu aos jovens franceses que “abram os olhos para a terrível realidade" do Estado Islâmico. "Eu faço um apelo solene e sério a todos os nossos cidadãos, principalmente aos jovens que são o alvo principal da propaganda terrorista, que abram seus olhos para a terrível realidade das ações do Daesh", disse, usando o acrônimo árabe para o nome do grupo. "Eles são criminosos que estão construindo um sistema de barbárie."
Na sexta-feira, foi publicada uma lei contra o terrorismo que, entre outras coisas, prevê a retirada do passaporte de pessoas suscetíveis a ir ao estrangeiro para se integrar aos grupos jihadistas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular