PF interroga hoje Fernando Baiano, o lobista do PMDB
Políticos tremem com a possibilidade de ele fornecer detalhes sobre negociatas na estatal. Empresário é apontado como operador da legenda no esquema
Fernando Baiano, lobista, após se entregar à polícia
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De acordo com os depoimentos prestados em acordos de delação premiada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, Baiano era o intermediário do PMDB – e colocava em prática negociatas com a diretoria Internacional da estatal. O lobista tinha proximidade com Nestor Cerveró, ex-diretor da área.
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A ligação de Baiano com Cerveró ficou clara em depoimentos do lobista Júlio Camargo, que atuava pela Toyo Setal. Camargo também fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. O delator disse que pagou 15 milhões de reais a Baiano, exigidos para que um fornecedor fechasse contrato de venda de duas sondas para a diretoria Internacional da Petrobras, à época comandada por Cerveró.
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Não foi a primeira menção ao lobista do PMDB nas investigações desencadeadas pela Operação Lava Jato. Baiano também aparece, em documento apreendido na investigação no escritório de Youssef, como beneficiário de pagamentos de 1,13 milhão de reais.
Baiano teve 8.800 reais bloqueados pela Justiça Federal, por exigência do Ministério Público Federal. A ordem judicial era que fossem bloqueados até 20 milhões de reais, mas investigadores desconfiam que o lobista tirou dinheiro do país para evitar um iminente congelamento de bens. Duas empresas do lobista também tiveram ativos bloqueados. A Hawk Eyes teve 6,5 milhões de reais sequestrados e a Technis Planejamento sofreu congelamento de 2 milhões de reais. Como informou na segunda-feira a coluna Radar, de Lauro Jardim, a Petroenge Petróleo Engenharia, uma empresa de manutenção industrial que tem contratos com a petroleira e a Transpetro que totalizam cerca de 80 milhões de reais. A Hawk Eyes detém 18% da Petroenge.
O advogado Mário de Oliveira Filho, que defende Baiano, negou que seu cliente seja lobista ou operador de qualquer partido na Petrobras. Para Oliveira Filho, Baiano é vítima de perseguição. O advogado declarou na quarta-feira que “não se faz obra pública sem acerto” no país. "O empresário, se porventura faz alguma composição ilícita com político para pagar alguma coisa, se ele não fizer isso não tem obra. Pode pegar qualquer empreiteirinha e prefeitura do interior do país. Se não fizer acerto, não coloca um paralelepípedo no chão", disse o advogado, em Curitiba.
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