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Juiz condena ex-coronéis que torturaram pai da presidente do Chile

General da Força Aérea Alberto Bachelet morreu em consequência de ferimentos

O general Alberto Bachelet
O general Alberto Bachelet 
Dois ex-coronéis da Força Aérea do Chile foram condenados nesta sexta-feira por torturar em 1974 o pai da presidente Michelle Bachelet, Alberto (1923-1974).
A medida, de primeira instância, foi decidida pelo juiz Mario Carroza. Os ex-coronéis de aviação Edgar Cevallos Jones e Ramón Cáceres Jorqueda foram condenados a dois e três anos de prisão, respectivamente.
De acordo com a sentença, Cevallos Jones, de 83 anos, e Cáceres Jorquera, de 80, foram condenados como coautores do "delito reiterado de aplicação de tormentos". Em sua decisão, o juiz considerou a idade dos militares e outras atenuantes. Cáceres está internado há seis meses num lar para idosos.
Alberto Bachelet foi preso logo depois do golpe de Estado que instaurou a ditadura de Augusto Pinochet, em 1973, por ter se mantido leal ao governo de Salvador Allende.
Ele foi levado para a Academia de Guerra, onde foi torturado pelos próprios subalternos. Na sequência, acabou sendo hospitalizado. Mais tarde, com a saúde deteriorada, passou para a prisão domiciliar. Ele morreu meses depois de um ataque cardíaco. A Justiça considera que sua morte foi consequência direta da tortura.
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A mulher de Alberto e a filha Michelle também foram detidas em centros de torturas. "O que sinto é muita tranquilidade. Nós não pedimos nada além da verdade", declarou aos jornalistas Angela Jeria, mulher do general Bachelet, ao ser informada da decisão.
Por sua parte, o porta-voz do governo, Alvaro Elizalde, assinalou que a sentença constitui um passo a mais para avançar até a verdade e a justiça de que o Chile necessita.
A investigação sobre a morte do pai da presidente faz parte de uma série de interrogatórios iniciados em 2011 pela justiça chilena em relação às morte não esclarecidas durante a ditadura.
Dentro desta investigação, a justiça ratificou que o general reformado Fernando Matthei não participou na morte de Alberto Bachelet. Matthei, pai da candidata de direita que Michelle Bachelet venceu nas eleições em dezembro passado, comandava a Academia de Guerra onde Bachelet esteve detido, mas não estava a par das torturas.
Os ex-generais Bachelet e Matthei eram muito amigos e suas filhas também. A ditadura de Pinochet, que terminou em 11 de março de 1990, deixou um saldo de mais de 3.000 mortos e outras 37.000 vítimas que sofreram com a prisão e torturas.
(Com agência France-Presse)

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