Pular para o conteúdo principal

Obama revela plano para legalizar 5 milhões de imigrantes

Serão oferecidas permissões de trabalho de 3 anos a quem more no país há ao menos cinco anos e tenha um filho americano ou com residência autorizada

O presidente Barack Obama discursa na Casa Branca
O presidente Barack Obama discursa na Casa Branca (AFP)
O presidente americano, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira em pronunciamento na TV detalhes de sua aguardada reforma da imigração. O plano de Obama, que entrará em vigor por meio de decreto presidencial, é oferecer permissões temporárias de trabalho para imigrantes em situação irregular residentes nos Estados Unidos há pelo menos cinco anos, que tenham ao menos um filho cidadão americano ou com residência autorizada (green card) e não possuam ficha criminal. A autorização vale por três anos, é renovável, e evita a deportação. Mas não implica na conquista da cidadania, que continua dependendo de processo à parte.
"Sei que alguns dos críticos desta medida a chamam anistia. Bom, não é. Anistia é o sistema migratório que temos atualmente, no qual milhões de pessoas vivem aqui sem pagar seus impostos, sem se submeter às nossas regras, em que os políticos usam este assunto para assustar os cidadãos e buscar votos", disse Obama em um discurso na Casa Branca.
A expectativa é de que quase cinco milhões de imigrantes em situação ilegal possam ser beneficiados. Isso significa quase metade dos 11,2 milhões de não cidadãos em situação irregular no país. Os interessados deverão preencher um requerimento disponível no primeiro semestre do próximo ano. Quase a metade do total dos imigrantes ilegais é de origem mexicana e a metade vive nos Estados Unidos há mais de 13 anos. Cerca de 60% deles em seis Estados: Califórnia, Flórida, Illinois, Nova Jersey, Nova York e Texas.
Leia também:
Obama pede US$ 3,7 bi para enfrentar surto migratório de crianças

EUA agilizam deportações diante da crise na fronteira 
Durante seu discurso, Obama citou o ex-presidente George W. Bush, do Partido Rebublicano – cujos integrantes são fortes críticos das medidas. "Como uma vez meu antecessor, o presidente Bush, disse: 'São parte da vida americana''', afirmou Obama sobre os imigrantes. "Esperamos que as pessoas que vivem neste país sigam as regras. Esperamos que os que atravessam a linha não sejam recompensados injustamente".
Rivais – O anúncio representa um novo capítulo na batalha entre o governo e a oposição envolvendo a questão dos imigrantes nos EUA. Obama vinha afirmando que decidiu apelar para os decretos diante da incapacidade da Câmara dos Deputados de discutir e votar um projeto de reforma migratória que foi aprovado em 2013 pelo Senado.
Caio Blinder: A jogada arriscada do 'imperador' Obama
A adoção de uma ampla reforma de todo o sistema migratório foi uma promessa central na campanha de Obama para a sua reeleição, em 2012. "Todo mundo está de acordo em que nosso sistema migratório falhou, infelizmente Washington permitiu que o problema se prolongasse por tempo demais", afirmou Obama em texto publicado pela Casa Branca em sua página no site de relacionamentos Facebook na noite de quarta-feira.
Horas antes do anúncio, o líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, fez um alerta a Obama: "O presidente deve entender algo. Se (...) impõe sua vontade ao país, o Congresso agirá. Estamos considerando várias opções. Que ninguém se confunda". Ted Cruz, outro senador republicano, disse que ao assinar os decretos, Obama "não estará agindo como um presidente, mas como um monarca".
Durante o pronunciamento na TV, Obama, pediu que os republicanos não respondam suas medidas com uma nova paralisação administrativa do governo federal, nem com o bloqueio de outras iniciativas no Congresso. "Não deixem que a falta de acordo sobre um único assunto impossibilite qualquer acordo em outra questão (...) o Congresso não deveria voltar a provocar uma paralisação do governo só porque não existe acordo neste tema. Os americanos estão cansados do bloqueio", advertiu Obama.
(Com agências EFE e France-Presse)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular