Obama revela plano para legalizar 5 milhões de imigrantes
Serão oferecidas permissões de trabalho de 3 anos a quem more no país há ao menos cinco anos e tenha um filho americano ou com residência autorizada
O presidente Barack Obama discursa na Casa Branca (AFP)
"Sei que alguns dos críticos desta medida a chamam anistia. Bom, não é. Anistia é o sistema migratório que temos atualmente, no qual milhões de pessoas vivem aqui sem pagar seus impostos, sem se submeter às nossas regras, em que os políticos usam este assunto para assustar os cidadãos e buscar votos", disse Obama em um discurso na Casa Branca.
A expectativa é de que quase cinco milhões de imigrantes em situação ilegal possam ser beneficiados. Isso significa quase metade dos 11,2 milhões de não cidadãos em situação irregular no país. Os interessados deverão preencher um requerimento disponível no primeiro semestre do próximo ano. Quase a metade do total dos imigrantes ilegais é de origem mexicana e a metade vive nos Estados Unidos há mais de 13 anos. Cerca de 60% deles em seis Estados: Califórnia, Flórida, Illinois, Nova Jersey, Nova York e Texas.
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Durante seu discurso, Obama citou o ex-presidente George W. Bush, do Partido Rebublicano – cujos integrantes são fortes críticos das medidas. "Como uma vez meu antecessor, o presidente Bush, disse: 'São parte da vida americana''', afirmou Obama sobre os imigrantes. "Esperamos que as pessoas que vivem neste país sigam as regras. Esperamos que os que atravessam a linha não sejam recompensados injustamente".
Rivais – O anúncio representa um novo capítulo na batalha entre o governo e a oposição envolvendo a questão dos imigrantes nos EUA. Obama vinha afirmando que decidiu apelar para os decretos diante da incapacidade da Câmara dos Deputados de discutir e votar um projeto de reforma migratória que foi aprovado em 2013 pelo Senado.
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A adoção de uma ampla reforma de todo o sistema migratório foi uma promessa central na campanha de Obama para a sua reeleição, em 2012. "Todo mundo está de acordo em que nosso sistema migratório falhou, infelizmente Washington permitiu que o problema se prolongasse por tempo demais", afirmou Obama em texto publicado pela Casa Branca em sua página no site de relacionamentos Facebook na noite de quarta-feira.
Horas antes do anúncio, o líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, fez um alerta a Obama: "O presidente deve entender algo. Se (...) impõe sua vontade ao país, o Congresso agirá. Estamos considerando várias opções. Que ninguém se confunda". Ted Cruz, outro senador republicano, disse que ao assinar os decretos, Obama "não estará agindo como um presidente, mas como um monarca".
Durante o pronunciamento na TV, Obama, pediu que os republicanos não respondam suas medidas com uma nova paralisação administrativa do governo federal, nem com o bloqueio de outras iniciativas no Congresso. "Não deixem que a falta de acordo sobre um único assunto impossibilite qualquer acordo em outra questão (...) o Congresso não deveria voltar a provocar uma paralisação do governo só porque não existe acordo neste tema. Os americanos estão cansados do bloqueio", advertiu Obama.
(Com agências EFE e France-Presse)
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