Japão dissolve a Câmara e abre caminho para eleições antecipadas
Primeiro-ministro Shinzo Abe afirmou que usaria a eleição para esclarecer a estratégia de seu governo para fazer o país crescer
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, em evento na sede de seu partido, em Tóquio (Reuters)
A dissolução foi anunciada nesta manhã pelo presidente da Câmara dos Deputados, Bunmei Ibuki. Efetivamente, a dissolução demite os 480 integrantes da Casa, que poderão recuperar seus mandatos na votação prevista para o dia 14 do próximo mês.
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O primeiro-ministro afirmou que usaria a eleição parlamentar para esclarecer a estratégia de seu governo para o crescimento. "As nossas políticas econômicas estão corretas ou incorretas? Existem alternativas? Vamos esclarecer esses pontos através desta eleição", disse Abe, em um discurso televisionado nesta semana.
Ele afirmou que sentiu a necessidade de obter apoio público para sua decisão de adiar um aumento de impostos. No início desta semana, Abe anunciou o adiamento para abril de 2017 do segundo aumento do imposto sobre vendas, inicialmente agendado para outubro do ano que vem.
Queda – Uma pesquisa divulgada hoje aponta que cerca de 63% da população japonesa não entende as razões do premiê para antecipar as eleições. Outro levantamento indica que apenas 39% apoiam Abe. Mesmo com sua popularidade em baixa, seu Partido Liberal Democrata devem vencer a disputa.
Analistas entendem que este parece um momento inoportuno para Abe dissolver a Câmara, uma vez que dados recentes do governo mostram que o país entrou em recessão técnica, após a economia ter encolhido no trimestre pela segunda vez seguida. Além disso, só no mês passado, dois membros-chave do gabinete renunciaram por escândalos financeiros.
Acredita-se que Abe pretendia pegar a oposição de surpresa com a votação. A eleição antecipada também refletiria um desejo de assumir perdas limitadas na Câmara agora, em vez de resultados possivelmente piores depois. Com a expectativa favorável para uma vitória no pleito, o grande desafio do premiê deverá mesmo ser efetivar as reformas na economia.
(Com Estadão Conteúdo
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