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Obama ordena revisão da política dos EUA para reféns

Casa Branca quer aperfeiçoar coordenação entre agências de segurança, mas não deve recuar da determinação de não negociar com terroristas

O americano Peter Kassig é jurado de morte durante um vídeo divulgado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI)
O americano Peter Kassig é jurado de morte durante um vídeo divulgado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) (Reuters)
(Atualizado às 20h30)
A administração do presidente Barack Obama está estudando uma revisão da política dos Estados Unidos voltada para cidadãos americanos sequestrados fora do país. O objetivo da revisão é melhorar a coordenação entre diferentes agências de segurança em casos de reféns americanos e aperfeiçoar a relação com as famílias dos sequestrados. Não há, no entanto, nenhuma indicação de que o governo pretenda recuar da determinação de nunca negociar com terroristas.
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A disposição para rever a política para sequestros fora do país consta de carta assinada por Christine Wormuth, subsecretária para política defensiva no Pentágono, divulgada um dia após a organização terrorista Estado Islâmico (EI) publicar um vídeo com a decapitação de Peter Kassig, terceiro americano executado pelos jihadistas. Além de Kassig, os jornalistas James Foley e Steven Sotloff e os britânicos David Haines e Alan Henning também foram decapitados em frente às câmeras.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse a repórteres que Obama acredita que uma revisão era justificada pelo aumento do número de sequestros de cidadãos dos EUA. "A única coisa que eu quero deixar claro, porém, é que esta revisão não inclui uma reconsideração sobre a política de longa data do governo dos Estados Unidos de que resgates não devem ser pagos a organizações terroristas que mantêm reféns", declarou Earnest.
Para Obama, o pagamento de resgates pode levar a problemas a longo prazo, disse o porta-voz. "Nós não queremos colocar outros cidadãos americanos em risco ainda maior quando estão pelo mundo. Sabendo que organizações terroristas podem extrair um resgate dos EUA, se eles pegarem um refém só colocará os cidadãos americanos em risco maior", afirmou ele.
Tanto os Estados Unidos quanto a Grã-Bretanha mantêm a política de não negociar de forma alguma com terroristas. Os governos alegam que os jihadistas podem usar os milhões de dólares exigidos como resgate para ampliar sua capacidade de ameaçar a segurança nacional de outros países do Ocidente e seus cidadãos. A imprensa americana chegou a veicular que os pais de Foley tinham o interesse de debater com os radicais o pagamento do resgate, mas foram coagidos por Washington a não manter contato com os extremistas. Caso a quantia fosse paga, eles poderiam ser processados criminalmente por colaborar com o terrorismo. A mãe de James Foley, Diane, declarou em junho que Washington havia “fracassado” com seu filho.
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Na carta, a subsecretária Christine Wormuth escreveu que o departamento de defesa “considerará todos os meios para assegurar a soltura de reféns americanos no exterior”. “Forças americanas estão prontas para executar essa missão quando os seus esforços forem solicitados para assegurar que todos os sequestrados americanos retornem para casa de forma segura”, acrescentou. Um porta-voz da administração Obama, Alistair Baskey, confirmou que o processo de revisão envolverá o Pentágono, o Departamento de Estado, o FBI e outras agências de inteligência.

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