Polícia divulga vídeo em que menino com arma de brinquedo é morto
Nomes dos oficiais envolvidos no caso e áudio do chamado à polícia informando sobre a arma também foram divulgados. Policiais estão afastados
Frame do vídeo mostra o jovem Tamir Rice apontando uma arma de brinquedo nas ruas de Cleveland (Reuters)
Timothy Loehmann, de 26 anos, e Frank Garmback, de 46 anos, responderam a uma chamada no último sábado sobre um jovem negro carregando uma arma em um parque. Os dois foram atender o chamado e acabaram atirando contra Tamir Rice, de 12 anos, que morreu no dia seguinte.
Loehmann, que assumiu o posto este ano, foi apontado como o autor do disparo. Garmback está no departamento desde 2008. Na versão oficial, o garoto não respondeu a três ordens para mostrar as mãos. A arma deveria estar identificada por uma marca cor de laranja, mas a do garoto não apresentava essa indicação, segundo as autoridades.
O vídeo foi divulgado com a autorização da família. “A divulgação de forma alguma é um esforço para tentar explicar as ações da divisão de polícia ou do jovem”, ressaltou o vice-chefe da polícia local Edward Tomba, em declarações reproduzidas pelo jornal The Washington Post. “Estamos honrando o desejo da família em divulgar este vídeo e também no espírito de transparência e justiça com a nossa comunidade”, acrescentou, em entrevista coletiva. "Trata-se obviamente de um evento trágico".
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Também foram liberados os áudios do telefonema para a polícia, no qual a testemunha informa sobre a presença de “um cara com uma pistola, apontando para todo mundo”, e observa que a arma é “provavelmente falsa”. “Eu não sei se é real ou não”, diz a pessoa. Esta informação não teria sido repassada para os agentes. Outra gravação divulgada foi a dos policiais informando sobre o incidente: “tiros disparados, homem morto, homem negro, de talvez 20 anos”. Os dois policiais foram temporariamente suspensos e estão sendo investigados.
A morte de Rice ocorreu em meio à tensão desencadeada pela decisão da Justiça de não levar a julgamento o policial que matou o jovem Michael Brown, em Ferguson, no Missouri, em agosto. A decisão provocou protestos em várias cidades dos Estados Unidos, mas em Cleveland, o foco foi a morte de Tamir. Na noite de ontem, cerca de 200 pessoas ocuparam as ruas de forma pacífica, segundo a imprensa local.
O prefeito de Cleveland, Frank Jackson, negou qualquer conexão entre os dois casos. “Estamos tentando ser o mais transparente possível neste momento para que as pessoas saibam que nos importamos e que isso nos machuca”, disse, segundo o Wall Street Journal.
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