Ataque a sinagoga deixa ao menos 4 mortos em Jerusalém
Premiê Netanyahu convoca gabinete de segurança. Hamas elogia agressão
Forças de segurança de Israel fazem buscas perto de uma sinagoga atacada por dois homens armados em Jerusalém (Reuters)
Dois palestinos armados com facas, machados e uma pistola mataram ao menos quatro israelenses e deixaram seis feridos em uma sinagoga em Jerusalém nesta terça-feira. Os agressores foram mortos em uma troca de tiros com a polícia no local. O ataque ocorreu pouco depois das 7 horas, quando cerca de dez pessoas estavam na sinagoga localizada no bairro ultraortodoxo de Har Nof, em Jerusalém Ocidental. Segundo a polícia, pelo menos um dos agressores era de Jerusalém Oriental, a parte predominantemente palestina da cidade. Três das vítimas também tinham cidadania americana e a quarta tinha cidadania britânica.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o ataque como um “assassinato brutal de judeus que foram rezar” e culpou tanto o grupo Hamas como o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, por incitar a violência. “Isso é o resultado direto da instigação do Hamas e de Aby Mazen [Abbas], uma instigação que a comunidade internacional ignora de forma irresponsável”. O premiê convocou uma reunião com chefes de segurança para avaliar a resposta ao ataque.
O secretário de Estado americano, John Kerry, descreveu o ocorrido como um ato de “puro terror” e pediu aos líderes palestinos que condenem a agressão.
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Rádios palestinas descreveram os agressores como “mártires”, alto-falantes em mesquitas de Gaza também emitiam comunicados parabenizando os agressores. O grupo terrorista Hamas elogiou a ação, considerada uma “resposta aos contínuos crimes cometidos por Israel”. “O Hamas pede a continuação das operações de vingança e ressalta que a ocupação israelense é responsável pela tensão em Jerusalém”, disse o porta-voz Sami Abu Zuhri.
O Hamas não assumiu a autoria do atentado, o que foi feito pelo grupo terrorista de esquerda Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).
Em comunicado divulgado pela agência de notícias Wafa, Abbas condenou o atentado. “A presidência palestina condena toda forma de ataque que tenha como alvo civis, sem importar quem o tenha cometido”. No texto, ele também pediu “o fim imediato” das ações israelenses dentro da mesquita de al-Aqsa (terceira na hierarquia do islamismo) e “o fim das provocações do gabinete de ministros israelense”.
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A tensão entre israelenses e palestinos na região aumentou no último mês, em meio a uma disputa pelo santuário sagrado de Jerusalém. A Esplanada das Mesquitas, conhecida pelos israelenses como Monte do Templo, foi palco de confrontos no início deste mês. Forças de segurança israelenses chegaram a lançar bombas de efeito moral na mesquita para reprimir protestos provocados pela visita de judeus ultranacionalistas. Autorizadas pelo governo israelenses, essas visitas são consideradas uma provocação pelos muçulmanos.
Nas últimas semanas, cinco judeus israelenses e um visitante estrangeiro foram deliberadamente atropelados e mortos ou esfaqueados por palestinos. Uma dezena de palestinos também foram mortos, incluindo os apontados como autores dos ataques.
Ontem, um motorista de ônibus palestino foi encontrado enforcado em um veículo em Jerusalém. A polícia israelense, citando o resultado de uma autopsia, afirmou que o homem cometeu suicídio, mas familiares acreditam que ele tenha sido morto. O Hamas fez um chamado para retaliações depois da morte do motorista.
(Com agência Reuters)
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