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México: corpos decapitados são encontrados; governo muda a polícia

Corpos estavam em uma vala em Chilapa, no Estado de Guerrero, o mesmo onde 43 estudantes desapareceram em setembro, em um caso que aumentou a pressão por ações do governo Peña Nieto contra a criminalidade

Manifestantes protestam contra o desaparecimento de 43 estudantes no México
Manifestantes protestam contra o desaparecimento de 43 estudantes no México (Reuters)
As autoridades do México encontraram nesta quinta-feira onze corpos com queimaduras, mutilados, muitos deles decapitados, em uma vala perto de uma estrada de terra no Estado de Guerrero, o mesmo onde moravam 43 jovens desaparecidos em setembro, caso que provocou revolta no país.
A perturbadora descoberta ocorreu pouco antes de o presidente Enrique Peña Nieto anunciar mudanças na polícia. Ele pretende unificar as forças de segurança do país, transformando as atuais 1.800 forças municipais em 32 corporações estaduais e do distrito federal.
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O presidente também prometeu detalhar um projeto de lei que permita a intervenção em municípios onde haja indícios de infiltração do crime em poderes locais, informou o jornal El Universal. Também será criado um número de telefone único para emergências, o 911. As mudanças devem começar pelos quatro Estados considerados os mais violentos do país: Tamaulipas, Jalisco, Michoacán e Guerrero.
A nova vala foi descoberta no município de Chilapa, a apenas uma hora de distância da Escola Rural de Normalistas de Ayotzinapa, onde estudavam os jovens desaparecidos em setembro. Sobre as vítimas encontradas nesta quinta, a polícia informou que se tratava de homens com idades entre 20 e 25 anos, que não foram identificados. Perto dos corpos foi encontrada uma mensagem dirigida a um grupo do crime organizado. As autoridades não disseram se a descoberta está relacionada ao caso dos normalistas.
Em julho, catorze pessoas foram mortas em Chilapa em confrontos entre gangues rivais. O crime levou a um toque de recolher na localidade de pouco mais de 31.000 habitantes, segundo informou o jornal espanhol El País.
Os casos evidenciam o grave problema representado pela criminalidade no México e a dificuldade que Peña Nieto enfrenta para encontrar uma solução. Uma onda de protestos teve início depois do desaparecimento dos estudantes, cobrando ações do governo contra a impunidade. Familiares das vítimas alimentam a esperança de que os jovens ainda estejam vivos e exigem que as autoridades continuem as buscas.
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A expectativa dos parentes não diminuiu nem mesmo depois de a procuradoria-geral do país afirmar, no início deste mês, que os estudantes foram detidos pela polícia de Guerrero, entregues ao crime organizado e assassinados (ainda são considerados desaparecidos porque não houve identificação dos corpos).
A sede do partido governista PRI, em Guerrero, e as portas do palácio presidencial, na Cidade do México, foram incendiadas por manifestantes. Protestos também bloquearam a entrada do aeroporto da turística Acapulco para forçar uma resposta mais rápida das autoridades.

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