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Justiça avalia casa de Vargas em 2 milhões de reais

Ex-deputado petista está sob suspeita de lavagem de dinheiro na compra da casa em Londrina, no interior do Paraná. Ele declarou a compra do imóvel por R$ 500 mil

Vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas
André Vargas foi ice-presidente da Câmara dos Deputados pelo PT.
A Justiça Federal no Paraná avaliou em R$ 2 milhões a casa do ex-deputado petista André Vargas, preso preventivamente no início do mês. O sequestro do imóvel, ordenado pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, na prisão do ex-parlamentar, foi formalizado na segunda-feira.
André Vargas está sob suspeita de lavagem de dinheiro na compra da casa em Londrina, no interior do Paraná. Ele declarou a compra do imóvel por R$ 500 mil, segundo consta na escritura. Mas o vendedor, em sua declaração de rendimentos, declarou o negócio por R$ 980 mil, "preço integralmente recebido em 2011".
De acordo com o oficial de Justiça que avaliou a residência, somente o terreno, sem benfeitorias, tem o valor de R$ 600 mil. O imóvel tem 2 andares, 280 metros quadrados, piscina e área de lazer.
A investigação da força-tarefa da Lava Jato revelou no início do mês que "parte significativa" do preço da casa foi depositada em dinheiro na conta do vendedor: R$ 225 mil em 13 de maio de 2011, R$ 43,2 mil em 17 de maio de 2011, e R$ 95 mil em 25 de novembro de 2011.
"A realização de transações vultosas em espécie não é ilícita, mas trata-se de expediente usualmente utilizado para evitar rastreamento de dinheiro sem origem lícita", afirma Sérgio Moro. A Receita concluiu que o imóvel foi vendido por R$ 980 mil e este foi o preço pago. Segundo o Fisco, não há correspondência dos valores de débito nas contas de André Vargas com os pagamentos feitos pelo imóvel, "o que é indicativo de que eles não transitaram em suas contas correntes".
"A apresentação de declaração à Receita Federal de aquisição de patrimônio por valor muito inferior ao real configura indício veemente de crime de sonegação fiscal. Tratando-se, porém, de agente público, no caso deputado federal na época dos fatos, não se trata apenas de indício de crime de sonegação fiscal, mas sim de lavagem de dinheiro, tendo por antecedentes crimes contra a administração pública", atesta Moro.
"Os indícios são agravados pela constatação de que os recursos utilizados para pagamento do preço não circularam nas contas de André Vargas e de sua esposa (Eidilaira Soares), e igualmente pelas provas acima citadas no envolvimento de André Vargas em crimes de corrupção.
Vargas foi um dos primeiros parlamentares flagrados pela Polícia Federal em conversas nebulosas com o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do petrolão, a partir de interceptações telefônicas autorizadas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba.
(Com Estadão Conteúdo)

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