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União Europeia anuncia pacote para conter a crise da imigração ilegal

Entre as medidas está o fortalecimento do patrulhamento marítimo; o combate aos contrabandistas de pessoas e o oferecimento de viagens de volta para os imigrantes ilegais

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A União Europeia (EU) anunciou nesta segunda-feira um pacote de medidas emergenciais para tentar aliviar a crise envolvendo imigrantes que se arriscam no Mar Mediterrâneo. Entre as medidas, a agência europeia que cuida da vigilância das fronteiras, Frontex, será reforçada e terá poder militar para combater barcos de contrabandistas de humanos. O anunciou foi feito após reunião entre os chanceleres europeus em Luxemburgo. Nesta quinta, será a vez dos chefes de Estado da EU se encontrarem em Bruxelas para debaterem o assunto.
As medidas incluem um aumento dos recursos financeiros da Frontex e o reforço e ampliação da operação marítima Triton, que monitora no Mediterrâneo na busca de barcos ilegais. A EU estava recebendo fortes críticas por ter substituído, no final do ano passado, a operação Mare Nostrum, pela Triton, que é bem menor. Outros pontos do pacote incluem: tratamento conjunto dos pedidos de asilo; unificação e compartilhamento do banco de dados com impressões digitais e registo de todos os imigrantes; oferta de pacotes de viagem de retorno; maior integração entre os escritórios de imigração dos países mais afetados; e um projeto piloto, de adesão voluntária, para a reinstalação dos imigrantes.
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A chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, disse que o pacote de dez pontos estabelecido nas negociações em Luxemburgo foi uma "reação forte da UE para as tragédias" e "mostra um novo senso de urgência e vontade política". "Estamos desenvolvendo um sentido verdadeiramente europeu de solidariedade na luta contra o tráfico de seres humanos".
A crise da imigração ilegal na Europa se agravou no fim de semana, quando cerca de 950 pessoas morreram em um desastre com um barco que naufragou perto da Líbia. Os primeiros relatos informavam cerca de 700 vítimas, mas hoje o número foi revisado. Nesta segunda, o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi informou que seu país e a Guarda Costeira de Malta estão tentando socorrer duas embarcações no litoral da Líbia com cerca de 450 imigrantes.
Renzi explicou que nas duas embarcações, que deram alarme após ficarem à deriva a apenas 30 milhas náuticas (pouco mais de 55 quilômetros) do litoral da Líbia, viajavam cerca de 450 imigrantes (entre 100 e 150 na menor e 300 na maior). O primeiro-ministro da Itália deu esta informação durante uma entrevista coletiva conjunta com o ministro maltês Joseph Muscat.
Críticas da ONU - A UE deveria buscar uma "abordagem mais sofisticada, mais corajosa e menos insensível" sobre imigrantes que muitas vezes morrem tentando chegar à Europa em barcos improvisados, disse o chefe de direitos humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, nesta segunda. "A Europa está virando as costas para alguns dos imigrantes mais vulneráveis no mundo e arrisca tornar o Mediterrâneo em um grande cemitério", disse Zeid em nota, um dia após até 900 pessoas terem morrido em um naufrágio na costa da Líbia. Zeid descreveu as políticas da UE como "reações políticas míopes e de curto prazo que servem aos movimentos populistas xenófobos que envenenaram a opinião pública".

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