Pular para o conteúdo principal

Lava Jato: Chioro defende contratos da Saúde e diz que eventuais desvios ocorreram entre empresas

Segundo levantamento do ministério, o valor pago pela subcontratação de produtoras investigadas foi de R$ 2,6 milhões, quantia muito inferior a repasses apontados pelo MP

Ministro Arthur Chioro fala sobre contratos do ministério da Saúde com agência de publicidade investigada pela Lava Jato
Ministro Arthur Chioro fala sobre contratos do ministério da Saúde com agência de publicidade investigada pela Lava Jato.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou nesta segunda-feira que os contratos de publicidade do ministério investigados na operação Lava Jato foram de fato cumpridos, e que eventuais desvios ocorreram em repasses entre entes privados. Chioro concedeu uma entrevista coletiva para tratar do tema na tarde desta segunda-feira.
O Ministério Público Federal aponta que produtoras subcontratadas pela agência Borghi Lowe, que mantém um contrato com o Ministério da Saúde, repassaram dinheiro a companhias que tinham como sócios o ex-deputado petista André Vargas (atualmente sem partido) e Leon Vargas, irmão dele. Após a denúncia vir a público, o governo suspendeu os pagamentos à agência e às quatro fornecedoras.
Chioro, entretanto, disse que todos os serviços contratados foram prestados de forma adequada. "O levantamento preliminar mostra 27 produtos efetivamente apresentados e atestados pela equipe técnica do Ministério da Saúde. Portanto, eles não são invenções. Eles foram efetivamente prestados, dentro da legalidade do contrato", afirmou.
Também segundo o ministro da Saúde, não há registros de pagamentos feitos pelo ministério às companhias de André e Leon Vargas. "As empresas dos irmãos Vargas não aparecem em nenhuma documentação, em nenhuma nota, em nenhum contrato que o ministério tenha com a Borghi ou outras contratadas", disse o ministro. O que o MP aponta, entretanto, são repasses a título de propina feitos pelas produtoras subcontratadas à empresas de fachada dos Vargas.
Chioro transferiu a existência de possíveis irregularidades para os negócios entre as empresas. "Se houve foi de privado com outro ente privado", afirmou o ministro.
Segundo o levantamento preliminar divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde, entre 2011 e 2015 a Borghi Lowe recebeu 123,7 milhões de reais por serviços prestados à pasta. Desse total, a Polícia Federal aponta que 10% foi pago a título de bônus para as quatro companhias sob suspeita de repassarem os valores às empresas dos Vargas. Mas Chioro enfatizou que o valor pago às fornecedoras investigadas foi muito inferior: 2,6 milhões.
Labogen - O ministro também negou que a pasta tenha omitido um encontro de seu antecessor, Alexandre Padilha, com André Vargas e o doleiro Alberto Yousseff para tratar da contratação do laboratório de fachada Labogen. "Nós jamais omitiríamos qualquer informação ao juiz, ao Ministério Público ou à Polícia Federal", disse.
De acordo com ele, o encontro não foi registrado pelas agendas oficiais, e por isso sua gestão não poderia repassar qualquer informação sobre o tema. Sobre a razão para a reunião fora do ministério, Chioro se esquivou: "Tem que ser perguntado ao ex-deputado e ao ex-ministro Alexandre Padilha", afirmou ele, que disse não adotar essa prática. O ministro descartou uma investigação sobre Padilha e declarou ainda que, para a pasta, o caso Labogen está encerrado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular