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Bolsa fecha em alta após forte oscilação provocada por Petrobras

Papéis da estatal fecharam em direções opostas: enquanto as ações preferenciais com direito a voto, caíram 1,52%, as ordinárias subiram mais de 5%

Bovespa
Petrobras: ações tiveram forte oscilação tanto no campo positivo quanto no negativo.
A Bovespa fechou com o seu principal índice no maior patamar em cinco meses nesta quinta-feira, em sessão marcada pela repercussão do balanço auditado de 2014 da Petrobras, divulgado na quarta-feira, após cinco meses de atraso. O Ibovespa subiu 1,95%, a 55.684 pontos, máxima desde 21 de novembro de 2014. O volume financeiro somou 9,4 bilhões de reais.
As ações da Petrobras ditaram os rumos da bolsa nesta quinta, apesar de oscilarem em direções opostas. Depois operar em forte queda durante a manhã, os papéis ordinários, com direito a voto, inverteram o movimento e fecharam em alta de 5,63%, a 14,06 reais, maior valor desde 4 de novembro de 2014. Já as ações preferenciais, sem direito a voto, chegaram a cair mais de 9% no início do pregão, mas reduziram as perdas e terminaram em baixa de 1,52%, a 12,92 reais.
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No balanço, a Petrobras reportou perdas de 50,8 bilhões de reais no ano passado, devido aos desdobramentos da Operação Lava Jato e também da reavaliação no valor de ativos. Desse montante, a maioria se refere à desvalorização ativos (impairment), calculada em 44,34 bilhões de reais. E outra parte, de 6,2 bilhões de reais, diz respeito, especificamente, a perdas com corrupção.
O prejuízo de 21,6 bilhões de reais em 2014 é o primeiro resultado negativo desde 1991, quando a estatal reportou perdas de 1,16 bilhão de reais, em dados ajustados pela consultoria Economática. Em 2013, a companhia havia obtido um lucro de 23,6 bilhões de reais.
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Durante a apresentação dos resultados, o presidente da companhia, Aldemir Bendine, reforçou que a Petrobras não pagará dividendos referentes ao resultado do exercício fiscal de 2014. A informação desagradou participantes do mercado. "O que alguns dos investidores estão querendo dizer é que a questão dos dividendos foi uma notícia negativa e ainda não se tem clareza a respeito do futuro da Petrobras. Ou seja, qual é o plano dela para sair do buraco", afirmou André Perfeito, da Gradual Investimentos.
Analistas também destacaram negativamente dados relacionados ao endividamento e perspectivas quanto ao fluxo de caixa, embora tenham considerado que a divulgação dos resultados auditados traz um "alívio". "Apesar dos grandes desafios, a divulgação do balanço tirou um grande peso das costas da Petrobras e do próprio país, o que ajuda nos ativos de modo geral", disse o gestor Joaquim Kokudai, sócio na sócio na JPP Capital Gestão de Recursos.
No radar dos investidores, nesta manhã, esteve a teleconferência de apresentação dos resultados. Na ocasião, executivos da Petrobras afirmaram que a redução da alavancagem (relação entre endividamento e patrimônio) será prioridade no novo plano de negócios plurianual da companhia, a ser apresentado nas próximas semanas.
Por meio de relatórios enviados a clientes nesta quinta-feira, instituições bancárias relatavam o seu descontentamento com os resultados financeiros da estatal. "Tudo isso nos deixa com a impressão de que a Petrobras irá continuar a ser 'mais do mesmo': fará apenas o necessário para garantir liquidez e recursos para executar investimentos, mas sem nenhuma urgência para alcançar fluxo de caixa livre positivo ou retornos elevados", escreveram os analistas Andre Sobreira e Vinicius Canheu, do Credit Suisse.

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