Pular para o conteúdo principal

Governo argentino sugere prisão da mãe do promotor Nisman

Uma pistola com o mesmo calibre da que matou Alberto Nisman foi encontrada na casa de Sara Garfunkel, mãe do procurador-geral encontrado morto

Promotor Alberto Nisman, morto horas antes de apresentar denúncia
Promotor Alberto Nisman, morto horas antes de apresentar denúncia(Reuters)
O chefe de gabinete de Cristina Kirchner, Aníbal Fernández, afirmou nesta quinta-feira que se fosse responsável pelas investigações do caso Alberto Nisman "já teria mandado prender a mãe" do procurador-geral, cuja misteriosa morte em 18 de janeiro ainda não foi esclarecida. Em uma busca na casa de Sara Garfunkel, mãe de Nisman, foi encontrada uma pistola com o mesmo calibre da que o matou. A nova descoberta coloca em questão a versão de que Diego Lagomarsino, funcionário de confiança do procurador, foi o responsável pela entrega da arma que matou Nisman.
Na terça-feira, Sara Garfunkel informou à polícia argentina que encontrou uma arma junto a outros pertences que seu filho havia deixado em sua casa após seu divórcio, três anos atrás. Ela, no entanto, afirmou que não sabia da presença do objeto até o início de abril. A promotora do caso, Viviana Fein, ordenou então uma busca na residência de Garfunkel.
Leia mais:
Perícia de roupas de indiciado no caso Nisman dá negativo para sangue
Denúncia contra Cristina Kirchner sofre novo revés na Justiça argentina
Governo argentino denuncia advogado por publicar foto de corpo de Nisman
"O que fazia a pistola nas mãos da mãe?", questionou o chefe de gabinete da presidente argentina. "A presença desta arma muda o eixo, deve ser a primeira vez que concordo com Arroyo Salgado", afirmou à imprensa local, em referência a ex-mulher de Nisman, que, ao contrário de Viviana Fein, acredita que a nova descoberta é determinante para o caso. Aníbal Fernández questionou ainda o fato de a mãe de Nisman, pois pouco depois da morte do filho, ter tentado com a filha esvaziar o cofre que o promotor tinha em um banco da Argentina. "É impressionante, em pleno período de luto, o filho não tinha sido enterrado", disse chefe de gabinete, lembrando que Sara Garfunkel não teria respeitado nem o período de luto estabelecido pela religião judaica, da qual é praticante.
Aníbal Fernández é conhecido pelos comentários diretos e duros contra todos os rivais do governo Kirchner. Não foi diferente com Nisman, encontrado morto pouco antes de apresentar no Congresso argentino detalhes de sua denúncia contra a presidente Cristina Kirchner e outros membros do governo acusados de acobertar a atuação do Irã para emperrar as investigações do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que deixou 85 mortos e 300 feridos em 1994 em Buenos Aires. Ao saber que Nisman mantinha uma conta secreta em Nova York, semanas depois de sua morte, o chefe de gabinete de Cristina chegou a dizer que o promotor era um "sem vergonha" que usava dinheiro público para pagar mulheres e empregados sem utilidade.
Em março, reportagem de VEJA revelou que três ex-integrantes da cúpula de Hugo Chávez confirmam a conspiração denunciada por Nisman. Segundo eles, hoje exilados nos Estados Unidos, o Irã mandou dinheiro por intermédio da Venezuela para a campanha de Cristina Kirchner em troca de segredos nucleares e impunidade no caso Amia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular