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Em NY, Levy reafirma compromisso com cumprimento da meta fiscal

Em evento promovido pela Bloomberg, ministro da Fazenda falou da necessidade de aprovação do pacote de ajuste fiscal no Congresso para fechar as contas públicas no azul em 2015

O ministro da fazenda, Joaquim Levy
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em evento da Bloomberg, em Nova York(Mike Theiler/Reuters)
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reafirmou nesta segunda-feira o compromisso de fazer o país cumprir neste ano a meta de superávit primário, de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). O superávit é a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública. O ministro, que foi elogiado por participantes do encontro de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), que ocorreu no final da semana passada, esteve nesta segunda-feira em evento promovido pela Bloomberg. Trata-se do segundo grande evento internacional ao qual Levy comparece representando o governo brasileiro em 2015. O primeiro foi o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, em janeiro.
O ministro seguiu em tom otimista em relação à disposição do Congresso em aprovar o ajuste fiscal e disse que o governo está se empenhando para alcançar esse objetivo. "Acreditamos que podemos fazer o 1,2%. Estamos continuando com os esforços para que as medidas que enviamos ao Congresso sejam aprovadas", afirmou logo no início do seu discurso em Nova York.
A investidores que participavam do evento, Levy garantiu que o ajuste fiscal, que prevê cortes no Orçamento da União e a retirada de benefícios trabalhistas, colocará o Brasil no caminho correto. O ministro, além de ser o autor dos ajustes, também tem se desdobrado no Congresso para tentar convencer a base aliada a chancelar as mudanças.
Mais uma vez ele reconheceu que as políticas anticíclicas adotadas pela presidente Dilma em seu primeiro mandato já se esgotaram, mas evitou tecer maiores críticas à política econômica anterior, devido à saia justa ocorrida semanas atrás, em evento promovido pela Universidade de Chicago, em que o ministro fez duras críticas à presidente. Ele também lembrou os protestos contra Dilma como um demonstrativo de que a população apoia a redução dos gastos públicos por parte do governo. "As pessoas entendem que o ajuste é essencial para colocar o Brasil em uma nova trajetória de crescimento. É claro que há discussão, mas quando se adota esse tipo de coisa é bom que tudo seja bem entendido, bem discutido e algumas vezes negociado", completou.
Petrobras - O ministro também afirmou esperar que haja uma renovação no Conselho de Administração da estatal com mais profissionais de mercado do que indicados por políticos. "A governança continuará a ser melhorada lá, assim como a expectativa de ter um novo Conselho que será formado por pessoas do setor privado e que podem dedicar muito mais tempo para supervisionar a companhia", afirmou.
Questionado sobre o descontentamento dos investidores em relação às denúncias de corrupção que assolam a Petrobras, Levy minimizou o assunto: "Aqueles que têm entendimento mais profundo sabem que o Brasil é um dos países mais transparentes do mundo, um país onde tudo é discutido, onde o governo é responsabilizado por tudo o que faz, onde há eleições regulares e onde as pessoas que cometem transgressões vão para a cadeia", disse.
Leia também:
Levy:
'Dívida é útil, o segredo é ser bem administrada'
Levy anuncia programa de concessões para investimentos em infraestrutura
Infraestrutura - Levy também afirmou que o governo está trabalhando com o mercado de capitais para desenvolver novos instrumentos para financiar o investimento em infraestrutura. Ele ressaltou que passou os últimos dias na reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington e que discutiu o investimento em infraestrutura em várias ocasiões.
A habilidade de levantar recursos para infraestrutura não é única do Brasil, ressaltou o ministro, destacando que o envelhecimento da população nos países do primeiro mundo tem aumentado a demanda por ativos de longo prazo. "Queremos trabalhar com o mercado de capitais para ver se podemos desenvolver instrumentos", afirmou, falando da possibilidade de transformar bônus de infraestrutura em uma classe de ativos global.
(Com Estadão Conteúdo e agência Reuters)

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