Pular para o conteúdo principal

Hong Kong se alinha à China com pacote de reforma política

Como já tinha sido anunciado, as novas regras só permitem candidatos previamente aceitos por Pequim. Estudantes e políticos pró-democracia prometeram lutar contra o projeto

Manifestantes protestam em frente ao prédio do governo em Hong Kong contra as novas propostas de reforma eleitoral - 22/04/2015
Manifestantes protestam em frente ao prédio do governo em Hong Kong contra as novas propostas de reforma eleitoral
O governo de Hong Kong anunciou nesta quarta-feira seu "mapa do caminho" para a próxima eleição do chefe do Executivo local, um projeto que cede ao desejo da China por eleições controladas, frustrando ativistas e levantando a possibilidade de novos protestos. Assim, como já tinha sido anunciado, os candidatos deverão obter a aprovação prévia de Pequim, medida considerada inaceitável pelo movimento pró-democracia liderado por estudantes. A número dois do governo local, Carrie Lam, apresentou um plano para a eleição por meio de sufrágio universal do chefe do Executivo de Hong Kong em 2017 ao Conselho Legislativo (o Parlamento local).
As eleições serão convocadas respeitando as diretrizes ditadas pela Assembleia Popular Nacional da China, que defende o princípio de "uma voz, um voto". Mas apenas "dois ou três candidatos" poderão concorrer às eleições, depois que um comitê oficial chinês der sua aprovação. Para o movimento pró-democracia, este processo garantirá perpetuamente a eleição de um candidato fiel a Pequim.
Leia também
China confisca papel higiênico com imagem de político de Hong Kong
Estudantes de Hong Kong são indiciados por protestos pró-democracia
"Estas propostas são realizadas com base no mais rígido respeito à Lei Fundamental [a Constituição de Hong Kong] e às decisões das autoridades chinesas", anunciou Carrie. Ela ainda afirmou que as medidas refletem as "opiniões expressadas pelos diferentes segmentos da comunidade". Em sinal de protesto, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram durante dois meses no fim de 2014 nas ruas da ex-colônia britânica, onde ocuparam bairros inteiros até o desmantelamento dos acampamentos pelas autoridades em dezembro.
"Iniciaremos uma campanha para nos opormos a esta proposta e pediremos à população de Hong Kong que continue exigindo um verdadeiro sufrágio universal", disse Alan Leong, do Partido Cívico, pró-democracia. O atual chefe executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, disse que o governo não dará qualquer fundamento para as demandas dos grupos pró-democracia. "Neste momento não vemos qualquer espaço para um compromisso", disse Chun-ying. "O lançamento da reforma política não é fácil", disse Leung, que foi escolhido a dedo por Pequim para comandar Hong Kong. "Se a reforma for vetada agora, acredito que levará anos para que possamos lançá-la novamente", acrescentou.
Para ser aprovado, o pacote de reformas eleitorais precisa da aprovação de dois terços do Legislativo da cidade, ou 47 dos 70 votos. Como os legisladores pró-democracia possuem 27 cadeiras, o governo espera poder persuadir quatro membros a mudarem opinião. Embora Hong Kong seja parte da China, a cidade é governada como uma região especial administrativa, o que significa o direito a um sistema legal independente e certas liberdades civis que não são concedidas na China continental, como maior liberdade de expressão.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p